CEO da Stellantis anuncia produção de novo modelo da Fiat em Mangualde

Carlos Tavares confirmou, a propósito das celebrações dos 60 anos da fábrica portuguesa, a chegada de um novo automóvel à linha de produção já em outubro. O presidente da República marcou presença e condecorou um dos mais antigos trabalhadores fabris
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"A fábrica automóvel mais antiga do país", de acordo com as palavras de Carlos Tavares, foi o local escolhido para assinalar, na tarde desta quinta-feira, o 60.º aniversário da fábrica da Stellantis em Mangualde, distrito de Viseu. O CEO do grupo automóvel que junta marcas como a Citroën, a Peugeut, a Opel ou a Fiat, entre outras, aproveitou o momento para anunciar o início de produção de um novo modelo da Fiat em Mangualde, já a partir de outubro. "Pretendemos continuar a liderar o mercado de veículos comerciais e agora, ao acrescentarmos o Fiat Doblo ao portefólio, alcançaremos uma maior eficiência, melhoraremos a nossa competitividade e ofereceremos o melhor aos nossos clientes profissionais", afirmou o líder.

O Doblo será, assim, o quarto modelo comercial produzido em Mangualde, onde atualmente já se produzem os modelos Partner, da Peugeot, Berlingo, da Citroën, e o Combo, da Opel. Em 2021, a linha de produção foi responsável pela montagem de quase 68 mil viaturas, o que equivale a quase um quarto (23,5%) da produção automóvel nacional.

Além do reforço da aposta do grupo automóvel na indústria portuguesa, a Stellantis anunciou ainda um investimento superior a 3,2 milhões de euros para a instalação de mais de seis mil painéis fotovoltaicos. A empresa espera atingir uma potência instalada de 3,436 MWp, que permitirá aumentar a "competitividade" e a "eficiência" da fábrica, que alcançou este ano o marco de 1,5 milhões de veículos produzidos desde a sua inauguração, em 1962.

O aumento da produção de energia renovável faz parte do plano Dare Forward 2030 da Stellantis, cuja atividade deverá ser neutra em carbono até 2038, garantindo uma redução de 50% das emissões de CO2 até ao final desta década. A primeira fase do projeto estará concluída no final do terceiro trimestre deste ano, arrancando a segunda fase no início de 2023. Quando estiver concluída a instalação, esta permitirá suprir "um terço das necessidades de energia da fábrica".

Condecoração surpresa

Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de marcar presença na cerimónia que assinalou os 60 anos do polo industrial automóvel em Mangualde, que viu "sair o último veículo do modelo 2CV" e que "chegou até aos dias de hoje com uma reputação ímpar no seio do seu grupo". O presidente da República visitou as instalações e para trás deixou um rasto de selfies com os trabalhadores, a quem agradeceu o empenho. "Este talento é o talento que dá cartas cá dentro e lá fora. Quando somos muito bons, somos os melhores dos melhores", reforçou.

À semelhança do que já tinha feito durante uma visita à Renault Cacia, em outubro, Marcelo Rebelo de Sousa condecorou um dos mais antigos funcionários da Stellantis Mangualde com a insígnia da Ordem do Mérito. "Quero condecorar todas aquelas e todos aqueles que nestes 60 anos fizeram desta fábrica o que ela é", sublinhou.

Primeiros 100 dias do Governo

Questionado pelos jornalistas à saída, o presidente fez um balanço dos primeiros 100 dias de mandato do Governo, que considerou terem sido "muito difíceis". "São 100 dias muito difíceis. É muito difícil governar quando o mundo está muito diferente do que estava há seis meses", afirma. A diferença tem sido marcada, diz, pela guerra, mas também pela situação económica e social que "é hoje muito diferente". Marcelo fez ainda questão de apelar "a colaboração de todos para prevenirmos os incêndios florestais", considerando "acertada" a decisão do ministro da Administração Interna de avançar para o decreto do "estado de alerta numa área significativa" do território. "Temos de ajudar todos porque vão ser dez ou 15 dias muito difíceis", aponta.

A demissão de Boris Johnson do cargo de primeiro-ministro britânico mereceu, também, comentário do presidente da República. "Mostra que além dos fatores internos, os fatores externos, ao mudar as condições de vida e dividir os governantes entre questões internas e externas, criam problemas adicionais em todas as partes do mundo", rematou.

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