A Caixa Geral de Depósitos reduziu os prejuízos para metade em 2015. Ainda assim, entre as grandes instituições que já apresentaram contas - BCP, Santander Totta e BPI - é a única a reportar resultados negativos. O banco estatal contabiliza já cinco anos consecutivos de perdas, uma tendência que o atual presidente da instituição acredita que será invertida já este ano..O banco público anunciou um prejuízo de 171,5 milhões de euros, contra 348 milhões de euros de resultado negativo em 2014. As contas de 2015 incluem já o custo total de 65 milhões de euros com o programa de reformas antecipadas de colaboradores - Plano Horizonte - lançado pelo banco estatal em julho do ano passado e que termina no final deste ano. Sem se comprometer com um número concreto para a redução de efetivos, José de Matos, o presidente executivo (CEO), avançou, na conferência de apresentação de contas, que o banco recebeu mais de mil candidaturas. “A saída de colaboradores será dessa ordem de grandeza”..Questionado sobre a origem dos prejuízos, o presidente da CGD aponta o dedo aos gestores do passado. A CGD tem vindo a “limpar o balanço”, mas a “carga negativa de maus e antigos créditos concedidos nos anos anteriores” ainda não permitiu o regresso aos lucros..O banqueiro acredita que a CGD poderá ter ganhos já este ano, uma vez que tem feito um “trabalho consistente” nos últimos anos. “A comissão executiva a que presido e o conselho de administração a que pertenço têm orgulho no trabalho feito”. Rejeitando que esta afirmação tenha sido proferida em jeito de balanço, José de Matos recusa a dizer se a sua substituição ou renovação de mandato já foi um tema abordado com o atual Governo. Qualquer alteração na cúpula da CGD só será definida após a aprovação do Orçamento do Estado para 2016. Mas enviou um recado: “A CGD é uma instituição grande demais” para ficar na incerteza, apelando a que uma solução do acionista Estado “assim que haja tempo”. Em todo o caso, referiu que “o futuro a Deus pertence”, deixando escapar que “dependerá das circunstâncias”..Reembolso ao Estado.Questionado sobre a data em que a CGD pretende devolver ao Estado a ajuda pública, o banqueiro questiona: “Qual é a preocupação com os Coco’s [instrumentos híbridos]? Vejo muita gente preocupada.”. O banco recebeu 1650 milhões de euros de apoio estatal em 2012, dos quais 750 milhões em ações e 900 milhões em instrumentos híbridos..Passos Coelho chegou a manifestar preocupação por o banco ainda não ter começado a reembolsar o erário público. O banqueiro responde que pagará “oportunamente”. No entanto, aproveita para defender que a CGD deveria ter sido capitalizada apenas com ações e não com instrumentos híbridos, o que permitiria uma poupança de 90 milhões de euros por ano..Esta questão será abordada no plano de capital e financiamento do banco, um documento que terá o aval do acionista, tal como qualquer alienação de ativos que venha a ser equacionada. A CGD tem 830 milhões de euros de ativos não recorrentes disponíveis para venda..Apesar da insistência dos jornalistas, a venda do Banif não suscitou qualquer comentário por parte de José de Matos.