A utilização massiva da tecnologia, nos mais diversos domínios das nossas vidas, tem vindo a tornar crucial a proteção das informações que estão alojadas em rede para evitar o roubo de dados confidenciais e outros crimes virtuais.
Saber como reagir às ameaças da Internet é um desafio que as empresas enfrentam quase todos os dias e hoje, mais do que nunca, a cibersegurança deve ser um elemento-chave para qualquer entidade.
A pandemia representou um ponto de viragem à escala mundial no que diz respeito à digitalização do emprego. Com o aumento drástico do trabalho remoto, ficou evidente a necessidade de reforçar as medidas de segurança virtual. Ao longo dos últimos meses, os ataques informáticos, como phishing, spoofing e ransomware, têm sido cada vez mais comuns, colocando em risco a integridade das organizações. Segundo o Centro Nacional de Cibersegurança, o registo destes ataques entre março e abril aumentou 176% face ao período homólogo, sendo que um estudo da empresa Check Point revelou que Portugal terá superado a média europeia, com 377 ataques semanais por organização.
Esta alteração de paradigma pôs a olho nu uma grande falta de preparação. Quando as empresas não têm controlo sobre o ambiente através do qual os colaboradores entram nos seus sistemas, os perigos aumentam exponencialmente. Por isso, o desenvolvimento e a implementação de programas e protocolos que evitem esta exposição e vulnerabilidade são uma prioridade.
Deste modo, os especialistas em cibersegurança assumem-se como imprescindíveis e têm um lugar cimeiro nas empresas dos mais diversos ramos. De acordo com dados da publicação Cybersecurity Ventures, prevê-se que as posições por preencher na indústria da cibersegurança cresçam até 350%, de 1 milhão em 2013 para 3,5 milhões em 2021. Destas, mais de 400.000 serão na Europa.
Nesta nova realidade, a cibersegurança abre portas a uma multiplicidade de carreiras, cada uma com as suas próprias funções. Há profissionais responsáveis por tudo um pouco, nomeadamente, pela criação de estratégias de prevenção de riscos e resposta a ataques, pela monitorização e análise das ameaças no dia a dia e pela investigação de incidentes, entre várias outras tarefas mais complexas de explicar.
Estando o cibercrime a ganhar terreno a uma velocidade preocupante, o caminho para o travar passa por formar talento especializado que esteja focado em inverter a tendência. Assim, apostar em formação em cibersegurança é garantir futuro numa das áreas mais promissoras dentro do setor tecnológico, num mundo em que a identidade, a privacidade e a segurança são valores absolutamente estruturais.
Além disso, ao mesmo tempo que reforçam as infraestruturas e contratam especialistas em cibersegurança, as organizações devem também fazer um esforço de consciencialização generalizado de todos os colaboradores para que tomem conhecimento daquelas que são as boas práticas e possam contribuir para esta missão conjunta de proteção contra as ameaças externas. De facto, a única defesa será sempre a educação.
Munique Martins, responsável pelo campus de Lisboa da Ironhack