Um universo de 25 mil trabalhadores de empresas associadas da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), e de outras empresas que também queiram aceder, vão ter acesso a um programa de formação gratuita na área digital, em valências que vão do comércio digital e marketing à programação e automatização de bases de dados.
O programa, que é apresentado nesta sexta-feira, é de nível nacional e financiado quase na totalidade pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) numa parceria que envolve também a Estrutura de Missão Portugal Digital, criada no início deste ano para o acompanhamento do Plano de Ação para a Transição Digital.
"São mais de 1500 ações de formação, que já estão desenhadas, envolvendo já 23 500 formandos", indica António Saraiva, o presidente da CIP, no balanço de três semanas de adesões. A CIP estima até aqui apoios provenientes do IEFP no valor de 3,9 milhões de euros que cobrem "praticamente a totalidade" dos custos. O remanescente, diz, será assumido pelas associações empresariais aderentes. "As empresas não pagarão nada. Isso é um dado adquirido", assegura.
O programa conta já com 22 associações empresariais mobilizadas, incluindo Associação Empresarial de Portugal (AEP), Associação Industrial Portuguesa (AEP), Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) Abimota, ATP, ANIVEC, AIMMAP, Associação Portuguesa de Fundição, além de organizações de índole regional como Associação Empresarial de Águeda, Associação Industrial de Aveiro, Associação Empresarial da Região de Lisboa, Nersant e Nerlei, entre outras.
"É aberto a todas as empresas associadas ou não em associações da CIP. É gratuito. A única disponibilidade que as empresas terão de ter é a de, sendo em período laboral, dispensarem os seus trabalhadores para a formação, porque também beneficiam do aumento de competências dos trabalhadores", explica António Saraiva.
Os módulos de formação já desenhados cobrem mais de sete dezenas de competências, com um foco forte em comércio eletrónico, marketing digital, bases de dados e criação de páginas Web. Mas a CIP diz que novas formações podem ser ainda preparadas para responder a necessidades específicas das empresas. "Se os módulos que temos disponíveis não servirem a necessidade específica, podem requerer formação à medida nesta ou naquela área em que a empresa tenha necessidade", refere o presidente.
"É um esforço financeiro público, mas que resulta desta aposta de formação e requalificação dos recursos humanos", refere ainda António Saraiva sobre o programa da iniciativa da CIP que é lançado em vésperas de o governo fechar com os parceiros da Comissão Permanente de Concertação Social um acordo sobre formação. O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social tem feito saber que essa é uma prioridade na agenda próxima dos parceiros sociais, embora há muito o assunto venha sendo discutido - inclusivamente, no quadro das negociações para um acordo de competitividade e rendimentos no início deste ano - sem que tenha havido desenvolvimentos.
O programa da CIP vai ser desenvolvido ao longo do próximo ano.