Não é o tipo de feira onde a Coca-Cola marque presença habitual, mas este ano o gigante da indústria das bebidas trouxe um stand para apresentar a sua mais recente novidade na luta para a redução do plástico: uma garrafa criada com plástico recolhido dos mares de Portugal e Espanha.
Há apenas 300 garrafas, produzidas na Holanda, através de um método químico que permite reciclar plástico mesmo aquele bastante degradado, explica Ana Gascón Ramos, diretora de responsabilidade corporativa da Coca-Cola, ao Dinheiro Vivo.
É o caso do plástico recolhido por voluntários que participaram na limpeza de 84 praias em Portugal e Espanha e por pescadores de 12 portos, parte do projeto Mares Circulares da Coca-Cola. Um total de 250 toneladas foram recolhidas do mar e praias nacionais, segundo adianta a empresa ao Dinheiro Vivo.
O lixo plástico foi recolhido e enviado para Holanda onde deu origem a novas garrafas, com 25% do plástico com origem nesta fonte. Neste momento, o projeto está em fase piloto, mas em 2020 há o objetivo de levar este tipo de embalagens para a venda comercial.
A companhia tem metas de redução de plástico e de reutilização ambiciosas. Em Janeiro de 2018 anunciaram que até 2025 pretendiam reciclar 100% das embalagens, torná-las totalmente recicláveis e garantindo que são produzidas, pelo menos, com metade de plástico reciclado.
Em janeiro deste ano o saldo aponta que 87% das embalagens em todo o mundo são recicláveis, acima dos 85% de há um ano. Em alguns mercados 25% do material reciclado já é usado em garrafas e latas e em três mercados já têm uma garrafa de plástico com material 100% reciclado.
Um movimento com impacto ou não fosse um dos grandes 'produtores' de embalagens de plástico. Em 2017 a companhia produz 3 milhões de toneladas de embalagens de plástico por ano, o equivalente a 200 mil garrafas por minuto, segundo os dados revelados em março pela Ellen MacArthur Foundation.