O mercado de crédito ao consumo atingiu um máximo histórico o ano passado e para a Cofidis 2017 foi um dos melhores anos de sempre para a empresa há 21 anos em Portugal.
2017 foi também o ano em que a Cofidis começou a operar como uma empresa única, depois da compra há dois anos do Banif Mais. Hoje a companhia em Portugal tem 850 funcionários. "Ficamos com todos os colaboradores da empresa que comprámos", garante Nicolas Wallaert, diretor-geral da Cofidis, em entrevista ao Dinheiro Vivo.
O ano passado Portugal registou um máximo histórico no crédito ao consumo: 7 mil milhões, mais 17% do que em 2016. Como foi o ano para Cofidis?
2017 foi um dos melhores anos para a Cofidis, mas não só pelos números da produção, o número de créditos que fizemos, foi um ano muito importante para a Cofidis. Em 2015 comprámos o Banif Mais [410 milhões de euros para a área de crédito automóvel do Banif], fizemos o fecho da operação em junho 2015 e, até ao fim de 2016, fizemos a união das duas empresas. 2017 foi o ano em que fomos só uma empresa. Foi um ano muito importante porque geralmente as fusões são complicadas, mas no nosso caso é um sucesso. Recebemos pela sexta vez consecutiva o prémio Escolha do Consumidor, pela terceira vez Marca de Confiança e, pela terceira vez consecutiva, o Best Place to Work. Acima dos números que são bons, para nós o mais importante é o reconhecimento da parte dos clientes que estamos a fazer um bom trabalho e que os nossos colaboradores sentem-se bem na nossa empresa.
Quando diz que foi um dos melhores anos de sempre da Cofidis isso traduz-se em quê?
Em crescimento. No perímetro das sociedade financeiras, no crédito ao consumo a Cofidis é líder de mercado, em carteira, e líder no financiamento de carros usados. Entramos neste mercado um pouco antes da compra do Banif Mais, mas entramos de maneira mais forte depois da compra.
O sector o ano passado cresceu a 17%. A Cofidis cresceu...
Acima. Estamos a ganhar quota de mercado. Somos agora líderes na parte do financiamento de carros usados. Em número de contratos e volume.
O incumprimento teve uma das taxas mais baixas desde 2019: 9,4%.
Depois da crise aprendemos muito, nós e os clientes. Hoje sinto uma grande maturidade quando há um pedido de crédito, são pessoas que sabem porquê. Geralmente, há um projeto por trás, são coisas concretas. Também temos ajuda da parte das ferramentas que o Banco de Portugal, um ficheiro que permite saber todos os créditos, se o nível de endividamento dos nossos clientes já é relevante ou não permitindo-nos dar uma resposta cada vez mais certa. Se esta é uma empresa de 'Pessoas para Pessoas', há que ter capacidade de dizer sim, mas também uma responsabilidade de dizer não e de explicar porque não podemos acompanhar um cliente no seu projeto.
Mas quando o número de pedidos de crédito para férias aumenta, isso não o deixa preocupado? Que este crescimento de 17% possa significar que a lição da crise não foi aprendida?
Não concordo. Todos aprenderam muito. O crescimento que estamos a viver é um bom sinal para a economia, significa que estamos a acompanhar bem o crescimento. É verdade que o financiamento tem de ser bem analisado e dar uma resposta certa e a projetos. É por isso que o mercado está a crescer muito com o crédito automóvel mais do que outros, porque é um bem, mais do que financiar as viagens.
E este ano quais as expectativas?
Ainda é cedo. O início do ano é bom, mas é verdade que tivemos um crescimento importante nos últimos anos, acho que vamos continuar a crescer mas não no mesmo nível do que de outros anos. O que é bom também. A nossa responsabilidade é acompanhar o crescimento do país e da economia, mas não fazer coisas que não fazem sentido. Vamos acompanhar da melhor maneira o crescimento do país.