A Comissão Europeia vai abrir um inquérito aprofundado sobre o projeto de compra pela Facebook da startup norte-americana Kustomer, especializada na gestão da clientela, por recear uma redução da concorrência..O conglomerado das redes sociais "ocupa uma posição de primeiro plano, tanto no mercado da publicidade em linha", como no dos serviços de mensagens, tais como WhatsApp, Messenger ou Instagram, sublinhou a vice-presidente encarregada da política de concorrência, Margrethe Vestager, citada em comunicado na segunda-feira..A Comissão tinha aberto um inquérito preliminar sobe este projeto em 18 de maio e os resultados justificaram o inquérito aprofundado, acrescentou Vestager..Dez autoridades nacionais, entre as quais a austríaca, que originou a iniciativa, solicitaram ao Executivo europeu que investigasse a operação, apesar de não atingir os níveis financeiros previstos pela União Europeia..Mas, desejosos de preservar a concorrência, os europeus têm estado a controlar o apetite das grandes empresas pelas 'start-up'.."Estamos impacientes para demonstrar aos reguladores que a Facebook e a Kustomer vão oferecer mais escolhas e melhores serviços graças a esta transação", afirmara então a Facebook..Além de uma redução da concorrência sobre o mercado do fornecimento dos programas informáticos de gestão das relações com a clientela, a Comissão inquieta-se com um reforço da Facebook "no mercado publicitário em linha, aumentando a quantidade importante de dados de que a Facebook já dispõe para personalizar os anúncios que exibe", adiantou-se no comunicado.."O nosso inquérito visa garantir que a operação não vai prejudicar, nem às empresas, nem aos consumidores, e que os dados aos quais a Facebook tenha acesso não vão falsear a concorrência", detalhou Vestager..O inquérito preliminar "leva a pensar que a Facebook poderia ter a capacidade, bem como um incentivo económico, de seguir estratégias de exclusão dos concorrentes da Kustomer, impedindo-os, por exemplo, de utilizar os canais de mensagens da Facebook ou degradando as condições de utilização ou de acesso a esses canais", especificou-se no texto..Tais estratégias "são suscetíveis de reduzir a concorrência no mercado de fornecimento de programas informáticos de gestão das relações com a clientela e de assistência para a gestão das relações com a clientela", estimou a Comissão. Uma situação que provocará "uma subida dos preços, uma baixa de qualidade e uma redução da inovação para os clientes profissionais, que podem, por sua vez, ser repercutidas sobre os consumidores", insistiu-se..Lembrando que o projeto foi notificado em 25 de junho último, a Comissão avançou que tem até 22 de dezembro de 2021 para tomar uma decisão.