Uma mala de mão cujo preço começa em 225 dólares (e a etiqueta com o nome custa mais 30), ou seja, mais de 200 euros, não seria um produto inovador para a maioria das pessoas. Mas as empreendedoras Steph Korey e Jen Rubio arranjaram maneira de vender 12 milhões de dólares (10,5 milhões de euros) em malas mesmo antes de ter produzido a primeira. Como?."Pensámos que se as pessoas que viajam tivessem ouvido falar de nós através de um amigo conhecedor, podíamos tornar-lhes as viagens mais agradáveis. Como podemos contar a nossa história ao universo de maneira a que as pessoas a repitam? A Jen teve a ideia de lançarmos o produto com um livro", conta Steph Korey..Quando tudo tinha começado porque Jen Rubio estragou a mala numa viagem e, quando pediu recomendações a uns amigos, viajantes com experiência, não souberam indicar-lhe um produto de confiança, as empreendedoras decidiram, em 2015, criar malas fabricadas com os melhores materiais, em policarbonato alemão, com fechos resistentes e rodas duplas que deslizam até nas alcatifas dos aeroportos. Antes de terem o produto disponível, lançaram o livro e uma campanha em várias redes sociais que se tornou viral.."Entrevistámos 40 pessoas muito interessantes de comunidades criativas, desde escritores a artistas, fotógrafos", explica Korey. "Representavam uma série de categorias, como comida e moda. Estas pessoas não eram necessariamente famosas, mas dentro dos respetivos círculos eram bem conhecidas e respeitadas", acrescentou Jen Rubio..Cada entrevistado recebeu um cartão-presente e escreveu sobre a marca. A partir de novembro de 2015, a empresa começou a vender os 1200 livros que incluíam cartões-presente e, quando esgotaram, ainda produziram mais 100 guias de presentes. "No nosso primeiro ano, vendemos mais de 12 milhões de dólares e, até à data, mais de 100 mil malas", revela Rubio.."Contar histórias é parte fundamental do nosso marketing. Pensamos que histórias podemos dar à imprensa e às redes sociais, coisas que fazem as pessoas tomar atenção, que querem partilhar e discutir. Em vez de termos um logotipo comum, a Jen lembrou-se de fazermos parceria com alguns artistas de estilografia que desenvolveram um alfabeto personalizado para a Away. Cada cliente pode escolher o estilo de letra que prefere e os artistas pintam à mão as iniciais da pessoa na mala. Não impomos o nosso produto. Criamos coisas sobre as quais é divertido falar, partilhar", resumiu Korey.