São perto das onze da manhã de quarta-feira, dia 16. Dois pilotos recém-formados estão entre 60 atraídos pelo anúncio de que a companhia aérea easyJet está a recrutar em massa. O primeiro de dois roadshows no nosso País decorre nesta manhã em Lisboa - no dia seguinte iria ter lugar no Porto..Um dos dois jovens, aspirante a cadete, procura “uma oportunidade de trabalho e de rendimentos estável, emprego seguro", mas mais do que isso, quer "fazer o que gosta”. O outro, é instrutor. Não tem experiência em voos comerciais - aliás, é de altos voos que está à procura. A inexperiência destes e de outros jovens ansiosos por uma oportunidade contrasta com a assertividade dos mais experientes. É o caso de Lydia Cooper e de Michelle Keane, do departamento de recrutamento da easyJet..Nesta sala de conferências do Hotel Trype Aeroporto, na capital, compareceram desde recém-formados a pilotos, copilotos e comandantes. No coffee break, aproveitam para se conhecerem e para trocarem ideias sobre a oportunidade da easyJet. Já em contacto com os recrutadores, questionam sobre os salários, a hipótese de fazerem carreira e outras condições de trabalho..A sessão de esclarecimento começou às 11:30 em ponto, a hora prevista. O responsável das operações de voo na Península Ibérica, James Ward, faz as honras. É ele o primeiro orador. Fala da sua experiência - dos mais de 20 anos de casa -, do seu passado enquanto piloto e, principalmente, esclarece a plateia. Mais uma vez, as palavras de ordem são as condições de trabalho, salários, horários e condições de recrutamento. À medida que o tema se vai desenrolando, a sala compõe-se com a chegada de mais candidatos - é preciso ir buscar mais cadeiras, o que demonstra claramente que o meet & greet excedeu as expectativas..Cabe depois a Lydia Cooper responder a uma das questões que mais dúvidas levanta: quais os requisitos para as posições de first officer e de comandante. Tudo depende das horas de voo - começa por explicar -, da experiência em voos comerciais e da antiguidade na companhia aérea. James Ward reforça dizendo que "as condições são muito simpáticas": mínimo de 132 dias de folga, salário base na ordem dos 1200 euros (mais extras) e a possibilidade de “irem dormir a casa todos os dias”, graças ao formato point-to-point da easyJet, que são viagens com rotas sem escalas e de curta duração..Condições estas que não convenceram todos os candidatos a uma vaga. Um deles, já mais experiente, confidenciou ao Dinheiro Vivo que considera que "as condições são boas, mas podiam ser melhores", já que para 70 horas de trabalho semanal, o salário de 1200 euros mensais não é suficiente, justifica..Outro piloto que estava na assistência, que pondera concorrer à posição de copiloto, mostrou-se satisfeito. Segundo explica, para o mercado aeronáutico português, esta iniciativa beneficia os pilotos portugueses emigrados e que gostariam de voltar a casa..O diretor da easyJet em Portugal, José Lopes, explica ao Dinheiro Vivo que a companhia - a operar no nosso País há oito anos - tem conseguido um crescimento de 16% no mercado nacional. Graças a esta expansão, a empresa está a implementar novas rotas com mais aeronaves em Portugal e, por isso, necessita de mais pilotos - especialmente portugueses, que conferem um atendimento mais personalizado aos clientes e beneficiam deste formato point-to-point. Só em Lisboa estão abertas 57 vagas para pilotos.