Como evoluiu a paisagem publicitária em Portugal

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Em 2021 o investimento em publicidade digital no mercado português continuou a aumentar de forma significativa e neste ano deve crescer 30% em relação a 2020. Em ano de recuperação após o confinamento, o investimento publicitário global no mercado português crescerá neste ano cerca de 15%. O digital consolida assim a sua posição como o meio que mais cresce e o segundo meio preferido pelos anunciantes, atrás da televisão, que no caso português continua a absorver mais 50% do investimento, com o cabo a crescer mais depressa do que as televisões generalistas. O cabo já significa 12% do total do investimento publicitário, enquanto os canais generalistas estão nos 43%.

Com o crescimento obtido, o digital deverá alcançar neste ano os 28% do total do investimento publicitário declarado em Portugal (sem contar com os alinhamentos internacionais em plataformas como Google ou Facebook e Instagram).

Mas televisão e digital, nas suas várias formas, são os únicos meios que crescem, enquanto o outdoor e o rádio registam quebras pequenas e a imprensa deverá chegar ao fim do ano com uma quebra à volta dos 9%.

A imprensa (jornais e revistas em papel) conta agora apenas com 2,5% do total do investimento publicitário, quando não há muitos anos era o segundo meio, logo atrás da televisão. Claro que neste valor não está contabilizada a receita gerada pelas propriedades digitais de jornais, revistas e grupos de media nacionais, que tem vindo a crescer, embora não atinja ainda os valores anteriormente alcançados no conjunto das receitas pelas edições impressas. No entanto, os jornais e revistas em papel continuam a ser fundamentais para muitas empresas criarem notoriedade para as suas marcas junto de públicos específicos. Até o Facebook tem vindo a aumentar a sua presença na imprensa com uma campanha focada em sublinhar como a publicidade digital é importante para estabelecer e fazer crescer pequenos negócios. A propósito, um estudo recente da Marktest indica que a maioria dos utilizadores portugueses seguem marcas nas redes sociais e atribuem grande importância à sua presença nessas plataformas.

O Instagram tem ganhado relevância, quadruplicando em cinco anos a audiência que consegue canalizar para as marcas que nele anunciam. No entanto, de acordo com os dados do estudo "Os Portugueses e as Redes Sociais", da Marktest, o Facebook permanece a rede mais utilizada pelas marcas, mas o crescimento do Instagram tem sido notável. Este crescimento é acompanhado pelo decréscimo do Facebook, que passa de 94,5% em 2016 para 78,1% em 2021. Por outro lado, neste último ano, o YouTube surge como a terceira rede mais relevante, com 14,0% de referências junto de quem assume seguir marcas nas redes sociais.

Resolve isto todos os problemas de comunicação de uma marca? Cada vez é mais importante conseguir um balanço entre os media tradicionais e os media digitais. Os media tradicionais continuam a ser muito importantes para a construção de marcas, enquanto os formatos digitais possibilitam alcançar outros segmentos de consumidores e criar canais de venda alternativos.

O caminho é o da complementaridade de meios e não da sua exclusão.

SF Media

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