Como Portugal se está a tornar no novo hotspot para o turismo de luxo

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A recente abertura da Dior veio elevar a experiência na Avenida da Liberdade: são três pisos e mais de 1.000 metros quadrados num edifício do século XIX reabilitado pelo arquiteto Eduardo Souto de Moura. A Dior juntou-se assim a marcas que já estavam na artéria mais luxuosa da capital, como a Louis Vuitton, Prada, Gucci, Saint Laurent, MiuMiu ou Burberry, sendo que, em breve, contaremos também com a abertura do Nobu Hotel e do JNcQUOI House.

Sem dúvida que Lisboa está no radar das marcas de luxo, prova disso é que 90% dos espaços da Avenida já se encontram ocupados e continua a crescer a lista de marcas internacionais de renome a mostrar interesse em instalar-se nesta localização, mas à espera de um espaço vago para o fazerem.

O mercado do luxo em Portugal tem crescido de forma consolidada à boleia do turismo, que em 2023 registou o seu melhor ano de sempre, superando em 40% as receitas face ao período pré-pandemia. De facto, se olharmos para a procura, embora existam cada vez mais portugueses a consumir luxo, continuam a ser os turistas internacionais a liderar a procura, tal como acontece em Milão, Londres ou Paris. Esta é uma conclusão da Católica Lisbon School of Business & Economics, que identifica como principais mercados de procura o Brasil, Angola, China e Estados Unidos da América.

Não podemos esquecer também os residentes estrangeiros, que chegam a Portugal com um elevado poder de compra. Os mesmos que impulsionam o crescimento do mercado imobiliário de luxo – Portugal está entre os 10 países preferidos para adquirir esta tipologia de habitação em 2024 – são também aqueles que adquirem bens e serviços de luxo, desde moda, hotelaria, relojoaria, gastronomia, têxteis ou cosmética. Por um lado, se no Algarve se regista um maior volume de investidores ingleses e irlandeses, por outro, em Lisboa e Cascais são os investidores americanos e os brasileiros que possuem mais expressão.

A localização privilegiada no mapa, a gastronomia, autenticidade, qualidade do saber fazer, cultura, clima, segurança e o respeito pela privacidade são os principais argumentos que têm feito de Portugal um país atrativo para investir no segmento do luxo.

Os estrangeiros não só são apaixonados pelas marcas de luxo internacionais, como cada vez mais procuram produtos portugueses premium, como são exemplos os bordados, o mobiliário, calçado, artesanato e a cerâmica ou os vinhos. Para usufruir desta experiência de compra basta deslocar-se da Avenida da Liberdade até ao Príncipe Real, onde apesar das rendas serem mais baixas, se encontra uma diversidade enorme de oferta comercial, assim como escritórios e habitação de luxo. Além disso, trata-se de um bairro de fácil circulação, com inúmeros jardins e recantos para desfrutar, muita música ao vivo, o que lhe confere uma vibe única. Também por isto, tem atraído cada vez mais pessoas e empresas para nele investirem.

Chegando ao Príncipe Real, encontramos uma montra de marcas portuguesas com sentido estético apurado, muitas delas preocupadas em recuperar tradições e em adotar práticas de produção sustentáveis e handmade. A EmbaiXada é um bom exemplo desta atmosfera vibrante de consumo que se vive no Príncipe Real: trata-se de um palácio neoárabe do século XIX – o Palácio Ribeiro da Cunha – que foi convertido numa galeria conceptual que abre as portas à cultura, design, moda e gastronomia através de marcas exclusivamente portuguesas, como a ISTO., Latitid, Castelbel, Fairly Normal, Gin Lovers, Hirundo ou Chumeco.

Em 2023, a EmbaiXada registou uma afluência recorde de 472 mil visitantes, o que representa um aumento de 5% face ao ano anterior e 42% em comparação com 2019. Estes números vêm confirmar como também as marcas portuguesas de excelência estão a ganhar espaço no carrinho de compras dos consumidores premium, que valorizam não apenas bens de luxo, mas a autenticidade e qualidade dos produtos Made in Portugal. 

Head of Leasing & Marketing da Eastbanc Portugal

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