Companhias low cost no Algarve e Açores "revolucionaram" turismo

Este foi um dos pontos-chave do debate sobre o papel das companhias aéreas no turismo e no desenvolvimento regional, no certame Portugal Air Summit.
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A operação de companhias aéreas low cost "revolucionou" o setor do turismo na região do Algarve e no arquipélago dos Açores, com o aumento do número de visitantes e de dormidas e beneficiando a economia. Este foi um dos pontos-chave do debate sobre o papel das companhias aéreas no turismo e no desenvolvimento regional, promovido hoje no certame aeronáutico Portugal Air Summit.

"Efetivamente os Açores, tal como Portugal, estão na moda e isto iniciou-se muito recentemente, em março de 2015, com a alteração do modelo de transporte aéreo", disse o diretor regional dos transportes dos Açores, Luís Filipe Melo, durante o debate.

O responsável revelou que no primeiro quadrimestre deste ano registaram, no arquipélago, um crescimento de 19% no número de passageiros desembarcados.

"De 2014 para 2016 tivemos um incremento de 45% nos passageiros desembarcados, ou seja, desembarcaram mais 411 mil passageiros nos aeroportos dos Açores. E, neste primeiro quadrimestre de 2017, já estamos com um crescimento de 19%, face ao período homólogo, ou seja, com mais 63 mil", disse. A tendência para os próximos tempos é de "crescimento", na ordem dos 20%, de acordo com Luís Filipe Melo.

Os voos low cost vieram, para o responsável, "alavancar muito" o turismo e a economia açoriana. "Em termos de dormidas, de 2014 para 2016, tivemos um incremento de 45%, ou seja, mais 480 mil na hotelaria tradicional. No primeiro trimestre de 2017, já estamos com mais 23 mil dormidas do que no período homólogo, portanto, mais 10,5%", referiu.

Quanto a proveitos totais, que Luís Filipe Melo descreve como "notáveis", registou-se, entre 2014 e 2016, um aumento de 57%, de 46 milhões de euros para 72,5 milhões.

No mesmo debate, Daniel Queirós, do Turismo do Algarve, recordou que as companhias low cost chegaram à região "no século passado", em 1999. "Em 1997, o Aeroporto de Faro recebia quase três milhões de passageiros em voo charter e tinha 892 mil em voo regular e zero low cost. Em 1999, o primeiro ano das low cost, chegámos quase aos 40 mil, no segundo ano houve um aumento de 70%, para quase 550 mil passageiros", disse.

Hoje, a realidade é "completamente diferente". No top ten de companhias aéreas no Aeroporto de Faro há oito operadoras low cost. As chegadas ao Aeroporto de Faro em voos low cost já representam mais de 70% do total.

"Esta situação só vem beneficiar a região. Ajuda a quebrar a sazonalidade, porque o Algarve vivia muito da época de verão. E, agora, com os low cost, no inverno de 2016 para 2017 tivemos um aumento de mais seis rotas comparativamente a 2015", contou Daniel Queirós.

O presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, António Ceia da Silva, também esteve presente no debate e defendeu que o país tem que vender o turismo "como um todo": "Os destinos turísticos regionais são essenciais nas dinâmicas turísticas, mas obviamente tem que haver uma articulação ao nível da 'tour operação'. Temos que conseguir que sete dias não sejam em Lisboa, sejam cinco em Lisboa e dois no Alentejo."

Notícia atualizada às 17h13. O aumento do número de passageiros no primeiro quadrimestre de 2017 nos Açores é de 63 mil e não 103 mil.

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