O governo assegurou nesta quinta-feira que a medida de compensação às empresas pelo aumento de encargo com a Taxa Social Única devido ao aumento do salário mínimo nacional de 2021 não criará precedentes para futuras negociações de subidas da retribuição mínima mensal garantida.."Normalmente, é nossa convicção que as empresas terão condições para absorver o aumento do salário mínimo. Reconhecemos que num ano de crise económica muito significativa e de um esforço que estamos a exigir às empresas para manterem postos de trabalho - muitos apoios estamos a dar para isso - faria sentido devolver uma parte daquilo que é o aumento da receita pública com estes encargos. É uma justificação pragmática. Este é um caso que adotámos este ano, não cria precedente e tem esta justificação", afirmou o ministro da Economia, Siza Vieira, em respostas aos jornalistas após reunião do Conselho de Ministros, hoje..Embora a matéria não tenha sido objeto de discussão pelo governo hoje, mas antes decidida na reunião da passada semana, o ministro foi chamado a dar detalhes da medida na sequência de entrevista ao jornal Público e Rádio Renascença publicada hoje na qual dá conta do valor de compensação de encargos..A medida de compensação da TSU prevê o pagamento de 84 euros por trabalhador que auferia o salário mínimo no final de 2020 e que se mantenha empregado neste ano. Assim, o Estado dá um apoio equivalente a 84% dos cerca de 100 euros de custo anual adicional para empregadores nas contribuições sociais a entregar por trabalhadores cujos salários subiram dos 635 euros para 665 euros..O apoio abrange também aumentos de encargos para salários que no ano passado estavam acima de 635 euros, mas acabaram arrastados em 2021 com a elevação do salário mínimo para 665 euros..Nestes casos, o aumento de encargos das empresas é variável, uma vez que os trabalhadores poderiam estar a ganhar, por exemplo, 640 ou 650 euros. Mas a opção foi assegurar valores de compensação iguais em todos os casos, de 42,30 euros por trabalhador abrangido.."Era na prática impossível estar caso a caso a avaliar o aumento de encargos", justificou o ministro da Economia nos esclarecimentos prestados hoje, nos quais Siza Vieira não respondeu diretamente a uma questão colocada no sentido de saber se o governo admite que o apoio mais elevado para quem emprega no salário mínimo do que para quem emprega acima desses valores pode ser entendido como um sinal errado. A opção foi salientar a excecionalidade do apoio, que, diz o ministro, não deverá repetir-se no futuro..Quanto a como e quando as empresas poderão esperar receber o apoio, o ministro da Economia informou que o pagamento será feito de uma única vez "nas próximas semanas", embora sem compromisso com uma data. O diploma necessário à operacionalização da medida, aprovado na passada semana em Conselho de Ministros, está ainda por publicar.