Confiança dos consumidores quebra em agosto

Portugueses estão preocupados com a situação económica do país e a evolução futura da situação financeira do agregado familiar.
Confiança dos consumidores quebra em agosto
D.R.
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O indicador de confiança dos consumidores diminuiu em agosto, após ter atingido em julho o máximo desde fevereiro de 2022, e o indicador de clima económico estabilizou, anunciou esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Segundo os resultados dos “Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores”, o indicador de confiança dos consumidores “diminuiu em agosto, após ter registado em julho o valor máximo desde fevereiro de 2022 na sequência dos aumentos observados desde dezembro”.

Já o indicador de clima económico, baseado em inquéritos às empresas, “estabilizou em agosto, tendo diminuído nos dois meses precedentes”.

No mês em análise, os indicadores de confiança aumentaram na indústria transformadora, “de forma moderada na construção e obras públicas e ligeiramente no comércio, tendo diminuído nos serviços”.

De acordo com o INE, a evolução do indicador de confiança dos consumidores em agosto resultou do contributo negativo das expectativas da realização de compras importantes, da situação económica do país e da evolução futura da situação financeira do agregado familiar.

Em sentido contrário, as opiniões sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar registaram um contributo positivo.

O saldo das expectativas relativas à evolução futura da situação económica do país diminuiu em agosto, suspendendo a trajetória positiva observada desde novembro de 2022 e após ter atingido em junho o valor máximo desde fevereiro de 2022.

Quanto ao saldo das perspetivas sobre a evolução futura da situação financeira do agregado familiar, “também diminuiu em agosto, interrompendo o perfil ascendente iniciado em dezembro de 2023”.

Por sua vez, o saldo das opiniões sobre a evolução passada dos preços “diminuiu significativamente no último mês, após o ligeiro aumento verificado em julho”, tendo o saldo das perspetivas relativas à evolução futura dos preços aumentado em agosto, após ter diminuído nos dois meses anteriores, suspendendo a trajetória descendente iniciada em fevereiro.

Na indústria transformadora, a confiança aumentou em agosto, após ter diminuído em julho, traduzindo o contributo positivo das opiniões sobre a evolução da procura global e das apreciações relativas aos ‘stocks’ de produtos acabados, enquanto as perspetivas de produção contribuíram negativamente.

O indicador de confiança aumentou em todos os agrupamentos: bens de consumo, bens intermédios e bens de investimento.

Por seu turno, o indicador de confiança da construção e obras públicas aumentou em agosto, após ter diminuído em julho, tendo a evolução no último mês refletido o contributo positivo das perspetivas de emprego, uma vez que o saldo das apreciações sobre a carteira de encomendas “diminuiu ligeiramente”.

O INE detalha que o indicador de confiança aumentou nas divisões de promoção imobiliária e de construção de edifícios, e de atividades especializadas de construção, tendo diminuído na divisão de engenharia civil.

“O principal fator limitativo à atividade indicado pelas empresas continuou a ser a dificuldade em recrutar pessoal qualificado, verificando-se nos últimos cinco meses um aumento da percentagem de empresas que referiu este obstáculo, atingindo um novo máximo da série”, nota.

Já no setor do comércio, o INE dá conta de que o indicador de confiança “aumentou em julho e agosto, apenas ligeiramente no último mês, após ter diminuído no mês precedente”, traduzindo o contributo positivo das perspetivas de atividade da empresa e das apreciações sobre o volume de ‘stocks’, tendo as opiniões sobre o volume de vendas contribuído negativamente.

Em agosto, o indicador de confiança aumentou no comércio por grosso e diminuiu no comércio a retalho.

Quanto aos serviços, viram o indicador de confiança diminuir em agosto, após ter aumentado no mês precedente.

Segundo o INE, a evolução do indicador resultou do contributo negativo das opiniões sobre a evolução da carteira de encomendas e das apreciações sobre a atividade da empresa, tendo as perspetivas relativas à evolução da procura contribuído positivamente.

Os períodos de recolha de informação pelo instituto estatístico decorreram entre 01 e 19 de agosto no caso do inquérito aos consumidores, com 1.148 respostas obtidas por entrevista telefónica, e entre 01 a 23 de agosto no caso dos inquéritos às empresas.

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