Os trabalhadores dos países da lusofonia representam "uma solução para a falta de mão-de-obra que o país enfrenta e que é transversal a todos os setores", defendeu hoje Miguel Fontes, secretário de Estado do Trabalho, a propósito da parceria firmada entre a Mota-Engil e o IF-CECPLP (Instituto de Formação da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa)..Em conjunto, as duas entidades pretendem criar oportunidades de emprego no país através da formação e contratação de profissionais da comunidade da lusofonia. A iniciativa prevê a integração dos profissionais na empresa de construção, com contrato e visto de trabalho de um ano, renovável. O primeiro grupo recém-chegado contempla 21 trabalhadores das áreas da carpintaria e alvenaria, provenientes da Guiné-Bissau, que serão já integrados em três obras de Lisboa..O presidente do conselho de administração da construtora, António Mota, reforçou, no momento da apresentação da parceria, que "o caminho da expansão da Europa é feito por África", e este caminho, que implica a mobilização de profissionais, está atualmente "facilitado pela legislação portuguesa".."Temos a expectativa de, até ao final do ano, ter mais dois grupos de profissionais do setor da construção civil. Mas este programa é de médio prazo e contemplará outros grupos de países da CPLP, especialmente onde a Mota-Engil opera", avança a empresa ao Dinheiro Vivo, acrescentando que faz parte dos objetivos da construtora "dar continuidade a esta parceria de sucesso, fomentado as relações bilaterais entre os Estados-membros da CPLP"..O secretário de Estado do Trabalho sublinhou que "o governo fez recentemente uma alteração à chamada Lei de Estrangeiros, criando pela primeira vez um visto para quem está à procura de trabalho - o contrário daquilo que acontecia até agora, em que a falta de contrato profissional constituía um entrave à entrada no país"..Com este documento, os estrangeiros passam assim a poder "procurar, de forma totalmente legal e enquadrada" a sua oportunidade profissional. Uma mudança que, juntamente com a criação de vistos para os nómadas digitais, revelam "o empenho que o governo tem em procurar, com criatividade, soluções que ajudam, se não a resolver, a mitigar problemas de trabalho", disse Miguel Fontes..Estas mudanças na lei revelam, segundo o secretário de Estado, "o empenho que o Governo tem em procurar, com criatividade, soluções que ajudam, se não a resolver, a mitigar problemas de trabalho", entre os quais se destaca a falta de mão-de-obra..A proposta de lei do governo, já aprovada em Conselho de Ministros, será discutida e votada amanhã em reunião plenária no Parlamento. O diploma dá seguimento ao Acordo sobre a Mobilidade entre os Estados-Membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), assinado há um ano, para "uma maior mobilidade e circulação no espaço da CPLP".