O crédito ao consumo concedido pelos associados da ASFAC atingiu 3,3 mil milhões de euros no primeiro semestre deste ano, revelou esta quarta-feira a Associação de Instituições de Crédito Especializado..Em comunicado, a ASFAC explica que em termos de análise mensal, este valor revela "uma estabilidade na evolução do crédito", tendo-se registado um aumento em junho face ao início deste ano (de 493,8 milhões para 592,9 milhões euros), mas uma "ligeira redução" na comparação com maio (609,6 milhões de euros)..Além disso, a associação do setor estima que a atividade de crédito aos consumidores, "contribuinte direto para a formação da variável de consumo privado, representa cerca de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) português"..No período em análise, do total de crédito concedido (3,3 mil milhões de euros), o que respeita ao crédito automóvel representou 29%, enquanto o pessoal e de bens de consumo foi de 16% e o que é concedido através de cartões e linhas de crédito representou 46%, diluindo-se os restantes 9% por outros tipos de créditos.."Embora afetado no crédito automóvel pela forte dificuldade na disponibilização de veículos no mercado, fruto das consequências da pandemia e dos conflitos na Ucrânia, os níveis de crédito concedido aproximam-se dos valores pré-pandémicos", assinala a ASFAC em comunicado..O secretário-geral da ASFAC, Duarte Gomes Pereira, reportando-se aos números divulgados considerou que significam uma "evolução sustentável e saudável", advertindo que "não deverá ser dificultada por fatores externos fiscais ou regulamentares", pois dessa forma poder-se-á deparar com um "acentuado prejuízo" para a economia portuguesa..Tendo em conta que um dos principais suportes de crescimento do país é o consumo, o responsável da ASFAC defende que é necessário "proteger o crédito ao consumo", pois sem ele, o consumo e consequentemente o desenvolvimento, o tecido empresarial, essencialmente micro e pequenas e médias empresas (PME), e o emprego "serão afetados"..Entretanto, no âmbito da Eurofinas, a federação europeia que reúne as instituições de crédito ao consumo, Portugal foi o país que registou maior crescimento no primeiro trimestre deste ano, quando comparado com o mesmo período de 2021, tendo passado de 1.060 milhões de euros para 1.600 milhões de euros, uma subida homóloga de 52,2%, lê-se ainda no comunicado.