Foi um ano bom para o grupo de saúde da José de Mello e o CEO, Rui Diniz, quis partilhar o bom resultado com quem garante que o serviço se faz, os colaboradores. Considerando que os lucros de 34,5 milhões de euros conseguidos no último ano são "reflexo do trabalho de todas as suas equipas", a CUF quis distribuir mais do que elogios, optando por compensar financeiramente os seus quadros pelo trabalho desenvolvido, com um aumento acima da inflação registada no último ano, que se situou nos 7,8%.
"A par da necessidade de garantir resposta às consequências da inflação e aumentos regulares das taxas de juro, a CUF atribuiu, no final de 2022, um prémio ocasional extraordinário, no valor global de 2,3 milhões de euros, a que acresceu um prémio atribuído, a meio do ano, no valor total de 6,4 milhões, perfazendo uma atribuição extraordinária de 8,7 milhões", concretiza a CUF, que esta sexta-feira apresentou os seus resultados anuais à CMVM. "Mantendo este propósito, o investimento de valorização efetuado nos vencimentos dos colaboradores CUF corresponde, em 2023, a um crescimento da massa salarial de 8,9%."
Não são apenas os trabalhadores que beneficiam dos bons indicadores do grupo liderado por Rui Diniz. Se o resultado líquido consolidado fica em linha com o registado em 2021 (eram 34,7 milhões, uma diferença de apenas 200 mil euros), "que traduz um resultado líquido sobre vendas de 5,4%", a CUF pôs o dinheiro a uso. Só o investimento na sua expansão, inovação e investigação ascendeu a 58,3 milhões de euros no último ano. Uma "prioridade" que, assumidamente, é para manter.
O investimento, explica a CUF, "traduz-se no reforço do projeto clínico, com a crescente diferenciação e especialização dos profissionais, e também com o alargamento da oferta clínica, criando cada vez mais respostas adequadas às necessidades dos doentes, quer do ponto de vista de acesso quer do ponto de vista da inovação em saúde, com a crescente disponibilização de tratamentos inovadores, novas tecnologias e equipamentos de última geração".
Desse reforço fazem parte o Hospital CUF Trindade (Porto) e a Clínica CUF Montijo, bem como a primeira fase da expansão do Hospital CUF Santarém, mas também outras landmarks atingidas no ano passado, como a aposta ampliada no modelo de cuidados de proximidade e o alargamento ao Porto da rede de acompanhamento de doentes em hospitalização domiciliária.
"A aposta no crescimento da rede irá manter-se em 2023, sendo disso exemplo a aquisição do Hospital Internacional dos Açores e a abertura da Clínica CUF Leiria, ambas no primeiro trimestre", refere-se no comunicado, em que também à sustentabilidade é dado destaque, nomeadamente pelo esforço do grupo na "procura ativa" de soluções mais eficientes e sustentáveis, de forma a reduzir a sua pegada ecológica quer no consumo de recursos naturais quer na produção de resíduos.
E onde conseguiu a CUF melhores prestações? A resposta coincide com as áreas mais fragilizadas no Serviço Nacional de Saúde. Os serviços de urgências aumentaram 44,9% relativamente a 2021 e os partos cresceram 3,2% - mesmo descontando alguns efeitos ainda da pandemia a influenciar os números de 2021, há crescimento; relativamente a 2019, esses dois indicadores cresceram 11,6% e 5,3%, respetivamente. Também nas consultas e cirurgias houve evolução relativamente aos números registados há um ano, subindo respetivamente 7,4% e 8,3% (16,1% e 13,9%, tomando por base o ano 2019).