A CUF vai realizar um investimento de 55 milhões de euros, de forma a garantir a aquisição de uma nova unidade de produção de cloro soda cáustica, hipoclorito de sódio e ácido clorídrico. A área da indústria química do Grupo José de Mello celebrou um acordo com a Solvay de forma a garantir a aquisição de algumas unidades produtivas desta multinacional química, que detém em Torrelavega, na região espanhola da Cantábria. A fábrica terá uma capacidade instalada de produção anual de cloro de 68.000 toneladas de cloro, o que permitirá à CUF dar continuidade à sua estratégia de ser um dos principais produtores ibéricos na cadeia de valor do cloro-álcalis.
"Trata-se da concretização da estratégia da CUF para Espanha. Desde há anos que temos por objetivo ser líderes do mercado de cloro e derivados na Península Ibérica", disse ao Dinheiro Vivo, João de Mello, presidente do Conselho de Administração da CUF. Acrescentando que a oportunidade surgiu, "com a decisão da Solvay de sair de Espanha, adquirir as unidades produtivas e ter uma nova, com a tecnologia mais avançada que existe". Porque, frisou, "a partir de 11 de dezembro de 2017 a tecnologia de mercúrio será completamente banida, e a nova unidade responderá a todas as novas exigências, sendo mais um passo para sermos líderes ibéricos".
O investimento de 55 milhões de euros, será para a aquisição das unidades fabris, bem como para "a construção de uma nova unidade de produção de cloro com tecnologia de membrana, considerada como a mais moderna e amiga do ambiente e que a CUF já utiliza há vários anos na sua fábrica de Estarreja", adianta. A construção da nova unidade deverá prolongar-se por dois anos. "Serão 24 meses de investimento de uma grande complexidade técnica e tecnológica. O importante é conseguir, durante esse período, abastecer o mercado que já existe, para que não fuja, e temos capacidade para isso, e depois continuar a crescer", sublinha o presidente do conselho de administração da CUF.
A CUF fez o que é normal na indústria química, e para a nova unidade contratou uma empresa alemã, que vai instalar a tecnologia, que será japonesa. "Naturalmente que a acompanhar todo este processo estarão quadros e equipas da CUF, que irão supervisionar todo o investimento, além de trabalhadores espanhóis e portugueses, em postos de trabalho diretos e indiretos", acrescenta João de Mello.
Entre os diversos acordos alcançados por ambas as empresas, para além da venda de ativos, também se assinou um acordo para o arrendamento do solo industrial, assim como um acordo para o fornecimento de serviços em que a Solvay garante a manutenção industrial e apoio de laboratório, entre outros, logo que a CUF coloque em funcionamento a sua nova instalação de produção de cloro com tecnologia de membrana.
Quanto ao investimento de 55 milhões de euros, João de Mello sublinha que na indústria química "estes investimentos são de recuperação a longo prazo, mas entendemos que dentro de cerca de seis anos já deverá ter retorno". A entrada em funcionamento da nova unidade em Espanha "deverá ter a médio e longo prazo um peso de cerca de 25% nas contas da empresa".
Recorde-se que a CUF tem vindo a investir na reconversão e modernização das suas instalações, nomeadamente através da introdução da tecnologia de membrana na produção de cloro-álcalis, considerada uma tecnologia limpa e de vanguarda, a automatizar a maioria das operações, recorrendo a matérias-primas de elevada pureza, utilizando tratamentos de efluentes biológicos inovadores e procedendo à recuperação ambiental do seu passivo histórico.
A empresa possui complexos industriais em Estarreja, Coimbra e Pontevedra. Exporta para a Europa Ocidental e de Leste, Brasil, África, Médio e Extremo Oriente e Austrália. Membro do BCSD – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável e da Associação Portuguesa de Empresas Químicas, subscreveu o compromisso de Atuação Responsável.
Quanto ao futuro, João de Mello prefere ser cauteloso, e adiantar que "a estratégia é ser líder no mercado ibérico, e para isso estamos a dar os passos certos, para além disso, estaremos sempre atentos ao mercado, e a novas oportunidades".