Cuidado com as chamadas internacionais. Pode ser burla

Se receber um toque de um número internacional desconhecido, não atenda nem devolva a chamada.
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Já atendeu alguma chamada internacional que o fez perder saldo ou receber faturas elevadas no final do mês? Mesmo que tenha familiares ou amigos a viver fora do país, se receber toques de chamadas com números internacionais não caia na tentação de devolver a chamada. Pode ser uma estratégia para ser burlado.

Se receber um toque de um número internacional desconhecido, não atenda nem devolva a chamada.

Se tem entes queridos no estrangeiro, pode canalizar estes contactos para outros canais, como o e-mail ou as apps de mensagens, como o Whatsapp, Facebook Messenger, entre outras.

Para evitar sair prejudicado deste tipo de situações, deve entrar em contacto com a sua operadora e pedir mais informações sobre determinado número. Contudo, pode ser difícil para a operadora conseguir informações específicas, uma vez que quem pratica este género de esquemas utiliza técnicas avançadas tecnologicamente para alterar os seus contactos.

Pode também fazer uma pesquisa prévia no seu motor de busca na internet indicando o número. Caso esteja já relacionado com algum caso de burla, muito provavelmente vai encontrar denúncias ou comentários associados a indicar essa situação.

Infelizmente, e não descurando das vantagens, globalização e digitalização trouxeram consigo também mais oportunidades para os piratas informáticos e demais pessoas mal intencionadas. Conheça os principais tipos de burlas e esteja atento aos sinais.

O phising acontece quando alguém que se faz passar por uma instituição ou empresa, enviando mensagens fraudulentas (por e-mail ou SMS) ou até com um telefonema. O objetivo é convencer o destinatário a fornecer informações pessoais ou bancárias que serão depois usadas para aceder à sua conta.

No caso das mensagens, acontece frequentemente ser enviado um link para uma página falsa (muitas vezes muito semelhante àquela que é enviada pela entidade oficial e autêntica) que lhe pede os seus dados pessoais. Pode surgir também uma janela no site que está a visitar, solicitando o mesmo tipo de informação.

O pharming dá-se através do download de um ficheiro ou no curso da navegação em sites. Normalmente, é instalado um vírus informático no seu dispositivo eletrónico, seja computador ou telemóvel.

Este vírus direciona para determinada página falsa na internet, a chamada página espelho, onde o utilizador regista, inadvertidamente, os seus dados pessoais, que são depois usados por terceiros.

Sem que o utilizador se aperceba, é instalado no seu dispositivo um programa malicioso que pode registar dados de maior susceptibilidade. O spyware pode acontecer num momento do pagamento das suas compras online ou no acesso ao homebanking. Ou seja, quando estiver a registar informação mais sensível ou pessoal.

Este tipo de burla acontece quando alguém usa o seu número de telefone - seja fornecido por si ou tirado das redes sociais - para pedir uma segunda via do seu cartão de telemóvel, fazendo-se passar por si.

A partir desse momento, todas as chamadas e SMS que receber (incluindo as palavras-chave que o seu banco lhe envia para fazer transações online) são direcionadas para este segundo cartão.

O shoulder surfing acontece de forma presencial. Num local com uma grande aglomeração de pessoas, alguém que o observa, quando insere as suas passwords ou dados pessoais num telemóvel ou tablet, passa a poder aceder, em seu nome, a esses sites ou aplicações.

Outra das formas que os cibercriminosos utilizam para atingir os seus fins é através das compras online. Este tipo de esquemas pode, por exemplo, ir ao ponto de se criar um website de comércio eletrónico completo - que imita uma loja de confiança - mas no qual os produtos apresentam preços inferiores ao normal. Ainda que, no final da compra perceba que não se trata da página oficial da marca ou de uma compra real, depois de introduzidos os dados do cartão é possível que os cibercriminosos já tenham os dados que pretendem.

Outra tática similar consiste na criação de sites de leilões fraudulentos, onde são leiloados produtos que, na verdade, os burlões não possuem. Muitas vezes, estes "leilões" são copiados de leilões reais em websites fidedignos. Quando o leilão é "ganho", o utilizador paga o preço indicado, mas não chega a receber nada.

Esquemas que envolvem prémios estão classificados como "advance-fee frauds", ou seja, são fraudes que consistem em convencer a vítima a avançar uma determinada quantia para que possam receber um prémio mais vultuoso.

Normalmente começa quando a vítima recebe um e-mail, uma mensagem ou até um telefonema a indicar que a pessoa em questão ganhou uma grande quantidade de dinheiro. A mensagem pode incluir, desde logo, algumas técnicas para pressionar a vítima - com um curto período de tempo para responder, por exemplo, ou indicar que, para receber o prémio, será necessário primeiro cobrir os "custos de envio" ou alguma outra "taxa".

O Portal da Queixa dá conta de que Portugal já recebeu mais de 100 mil ameaças só nos últimos quatro meses. Dados divulgados no final de janeiro de 2022, pelo Gabinete de Cibercrime da Procuradoria-Geral da República confirmam que as queixas por cibercrimes duplicaram em 2021, situação muito agravada também pela Covid-19.

A plataforma já alertou em várias ocasiões sobre tentativas de burla online, ataques informáticos ou tentativa de phishing nos mais variados setores. E são muitas as reclamações sobre sites fraudulentos, que levam os consumidores a comprar produtos que nunca recebem.

"Esta vaga recente de ataques informáticos, só vem comprovar o que temos vindo a reforçar ultimamente: há uma evidente iliteracia digital que é preciso colmatar com conteúdo online fidedigno e completo, que ajude os consumidores neste campo", aponta o Portal da Queixa.

Neste sentido, é preciso estar alerta perante situações de ataques informáticos ou burlas online cada vez mais recorrentes. Siga algumas destas dicas para se proteger:

· Crie palavras-passe seguras e altere-as com frequência;

· Nunca partilhe dados confidenciais por mensagem ou Whatsapp;

· Nunca abra mensagens de "alerta" de remetentes ou números desconhecidos;

· Duvide sempre de remetentes ou endereços de sites estranhos, mesmo que conheça a entidade ou marca;

· Tenha atenção a perfis falsos nas redes sociais que promovem ofertas;

· Em caso de fraude bancária, alerte o seu banco;

· À mínima dúvida, denuncie sempre.

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