Portugal caiu seis posições no ranking de Competitividade Mundial do International Institute for Management Development (IMD), passando do 36.º posto, que ocupava em 2021, para o 42.º, entre 63 países.
A queda de Portugal, que se encontra na pior posição desde que o ranking é publicado, deu-se sobretudo em quatro indicadores: desempenho económico (do 43.º lugar para o 46.º), eficiência governativa (de 38.º para 43.º), eficiência empresarial (do 38.º para o 42.º) e infraestruturas (do 27.º para o 30.º).
Numa análise mais circunstanciada, o estudo indica que Portugal regista pontuações mais negativas nas áreas da política fiscal (56.ª posição), práticas de gestão empresarial (56.ª), economia doméstica (52.ª) e finanças públicas (50.ª).
Do estudo pode concluir-se que a queda da competitividade se deve, em maior grau, ao Estado. Entre os indicadores com menor desempenho estão, por exemplo, o crescimento económico, a eficiência governativa, as infraestruturas, a política fiscal e as finanças públicas.
Isto significa que, como há muito vem sendo diagnosticado, Portugal carece de políticas, infraestruturas e serviços públicos que favoreçam a atividade económica e, consequentemente, a competitividade do país e das suas empresas.
Perante isto, o IMD defende que Portugal deve implementar reformas estruturais no setor público, encontrar soluções para o problema demográfico, desenvolver uma estratégia nacional de promoção da literacia financeira e do empreendedorismo e promover a transição digital e energética das empresas. Além disso, é preciso que o país saia da estagnação em que há muito se encontra, passando a registar um crescimento económico sustentado e acima da média europeia.
No setor privado, há muito a fazer ao nível da eficiência empresarial. Este indicador está diretamente relacionado com modelos e práticas de gestão, um velho handicap do tecido empresarial português. A baixa qualificação dos nossos empresários, a falta de escala das nossas empresas e a escassez de recursos (humanos, financeiros, tecnológicos, etc.) ajudam a explicar as falhas de gestão e justificam um investimento acrescido na capacitação do tecido empresarial.
Reforçar a competitividade implica, pois, um esforço conjunto do Estado e do setor privado. Ao primeiro, exigem-se reformas estruturais que promovam o desenvolvimento económico; ao segundo, pede-se uma gestão mais eficiente e que tenha em conta os objetivos da transição digital e verde.
Presidente da ANJE