Défice externo chegou a maio 43,5% abaixo do nível do mesmo período de 2020

Exportações de bens e serviços melhoram, mas permanecem aquém do nível de 2019.
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O défice externo totalizava no final de maio 985,54 milhões de euros, ficando 43,5% abaixo do saldo negativo acumulado na balança de pagamentos nacional de um ano antes, e também 5,1% abaixo do défice registado para o mesmo período em 2019.

Os dados da balança de pagamentos avançados nesta terça-feira pelo Banco de Portugal assinalam que "a redução do défice da balança de bens (1831 milhões de euros) superou o decréscimo do excedente da balança de serviços (1503 milhões de euros), que foi maioritariamente justificado pela descida acentuada do saldo da rubrica de viagens e turismo, no montante de 1116 milhões de euros".

Ainda assim, em maio, as exportações de bens e serviços melhoraram, crescendo 54,7% face a um ano antes, revelam os dados da balança de pagamentos.

A melhoria decorre "principalmente da evolução nos bens (56,6%) e, em menor medida, nos serviços (49,3%)", assinala a publicação do BdP, destacando porém que, apesar de tudo, as exportações de bens ainda ficaram abaixo do nível de 2019, e que também as vendas de viagens e turismo se mantêm bastante abaixo dos níveis pré-pandemia.

Face há um ano, as exportações turísticas mais que duplicam em maio, num crescimento de 128,8% para os 531,06 milhões de euros.

Quanto ao défice da balança de rendimento primário, assistiu-se a uma queda justificada pelo pagamento de menos juros ao exterior.

Por outro lado, a entrada de fundos europeus permitiu aumentar o excedente da balança de rendimento secundário.

O BdP assinala ainda que até maio, "o saldo da balança financeira registou uma diminuição dos ativos líquidos de Portugal face ao exterior de 529 milhões de euros", num decréscimo atribuído ao aumento dos passivos das empresas portuguesas face a entidades do grupo residentes no exterior, do Banco de Portugal junto do Eurosistema, e das Administrações Públicas, devido ao recebimento no âmbito do programa de empréstimos europeus para suportar custos com medidas de lay-off, o SURE, no mês de maio.

"Em sentido contrário, observou-se um aumento de ativos, através do investimento do setor financeiro em fundos de investimento não residentes e em títulos de dívida emitidos por entidades da União Monetária", contrapõe.

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