O efeito do segundo confinamento nas contas públicas traduz-se num défice no valor de 5,7% do PIB, ou 2 813,1 milhões de euros na ótica de contabilidade nacional, avança nesta quinta-feira o INE.
"Tomando como referência valores trimestrais e não o ano acabado no trimestre, o saldo das Administrações Públicas no 1º trimestre de 2021 atingiu -2 813,1 milhões de euros, correspondentes a -5,7% do PIB, o que compara com - 1,2% no período homólogo", refere a nota do INE sobre as contas nacionais.
Para 2021, o Ministério das Finanças prevê um défice de 4,5% do PIB.
Face ao primeiro trimestre de 2020, a despesa subiu em 11,2%, com as receitas a terem uma variação positiva de 0,3%.
Do lado da receita, nos 19 596,9 milhões de euros, a comparação com o mesmo período do ano passado dá conta da perda de valor recolhido em impostos no primeiro trimestre, mas com aumento da entrada de contribuições para a Segurança Social e noutras receitas.
"O comportamento da receita corrente deveu-se a diminuições nos impostos sobre o rendimento e património, nos impostos sobre a produção e importação e nas vendas, de 0,9%, 8,4% e 7,3%, respetivamente, e a aumentos nas contribuições sociais, em 3,8% e na outra receita corrente, em 70%. A receita de capital registou um aumento de 3,3%", refere o INE.
Já do lado da despesa, que atingiu 22 772,7 milhões de euros, pesaram as medidas de apoio à economia. Regista-se um "crescimento de 12,0% da despesa corrente, refletindo o impacto de medidas excecionais de apoio à atividade económica no contexto da pandemia COVID-19". "Esta variação foi o resultado de acréscimos nas prestações sociais (4,9%), nas despesas com pessoal (4,5%), no consumo intermédio (8,4%), nos subsídios pagos (708,5%) e na outra despesa corrente (16,3%). Apenas os encargos com juros apresentaram uma diminuição de 6,5%. A despesa de capital diminuiu em 4,9%, traduzindo o incremento de 8,1% no investimento e a diminuição de 39,0% na outra despesa de capital".