A Autoridade da Concorrência (AdC) está a analisar uma possível
concertação de comissões e "spreads" entre os bancos. Mais de dezena e
meia de instituições bancárias estão, há dois meses e meio, com processo
aberto pelo regulador. As buscas envolveram mais de 100 pessoas e 25
pontos de busca.
Contactado pelo Diário Económico, o presidente da AdC não refere que tenha sido o Barclays a avançar com a denúncia, mas há indícios que tenha sido este banco a iniciar o processo.
Como refere o jornal, "ao ser a primeira empresa a avançar a coberto do regime de clemência, que prevê a "dispensa ou redução da coima para as empresas que revelem a sua participação num alegado acordo ou prática concertada", o Barclays assegura que não será visado pelas coimas a aplicar pela AcD, caso se prove a existência de cartel". Para tal o banco teve que ceder "informações e elementos de prova da alegada infracção".
No ano passado, o banco foi um dos responsáveis pelo escândolo Libor, que lhe custou 335 milhões e a demissão do seu CEO, Robert Diamond. Terá sido este caso que suscitou auditorias em vários países onde o banco está e daí foram reveladas trocas de informação comprometedoras entre várias instituições.
Em causa estão indícios fortes de troca de informação comercial entre bancos relativas ao preço cobrado por combinações e spreads em contratos de crédito ao consumo e à habitação. Se ficar provado que houve combinação, a coima pode chegar a 10% do volume de negócios.
Já foram visitadas as instalações da CGD, BCP, BES, BPI, Santander Totta, Montepio, Banif, Crédito Agrícola, BIC Portugal e Barclays.