O grupo que detém o Pingo Doce irá reforçar o investimento na área agroalimentar ao longo de 2016. A unidade Best Farmer, situada em Manhente, Barcelos, segundo o CEO do grupo, Pedro Soares dos Santos, surge respeitando "cadeia de abastecimento de produtos estratégicos".
Com um investimento de um milhão de euros, a Best Farmer cria atualmente cerca de mil cabeças de gado da raça Angus.
Mas o grupo quer entrar também na área dos laticínios e manteigas, num investimento que totaliza os 25 milhões de euros. O grupo aguarda licenças ambientais, depois de adquirida a empresa Serraleite, que não teve a oposição da Autoridade da Concorrência, há cerca de um ano.
O objetivo atingir os 90 milhões de litros de leite até 2017, além de fabricar manteiga e natas
Outra área identificada é a aquacultura, em relação à qual o CEO diz que esperar ainda para ver como vai evoluir. Para já, o mesmo responsável revelou estar a pensar "este ano em deixar de vender espécies de peixe que estejam em perigo de extinção", no âmbito de uma política de sustentabilidade no centro do negócio do grupo.
O CEO da Jerónimo Martins, que falava esta quinta-feira na apresentação de resultados, diz que esta aposta surge porque"claramente há uma lacuna de fornecedores", devido à forma como estrutura agrícola portuguesa está organizada. "Só fazemos este investimento porque não há fornecedores e precisamos de ir ao encontro das necessidades dos nossos clientes."
Em Portugal, o grupo Jerónimo Martins abastece-se maioritariamente nos fornecedores locais (84%). Valor igualmente alto na Polónia (2667 lojas) e na Colômbia (140) com, respetivamente, 93% e 95% de fornecedores locais. Os fornecedores locais em Portugal de carne são 69% e de peixe 38%.
A diferença é justificada por Pedro Soares dos Santos com a dimensão dos países. "Em Portugal há menos capacidade de alguns produtores se organizarem", disse, apontando para os 40 milhões de habitantes da Polónia e 50 milhões da Colômbia.