Pierre Stark (não confundir com Philippe Starck, apesar da paixão pelo design) quer levar para Paris uma "forma alternativa de design sem fronteiras". . Para isso, o francês radicado em Lisboa há dez anos fundou, com William Penevevre (outro francês), a ParisLisboaDesign. Objetivo? A partir de Lisboa, exportar o design português para a capital francesa. . "Queremos chegar a Paris de forma diferente, para que não seja vista como mais uma história de uma agência que deslocaliza a produção", explica Pierre Stark. . O cofundador da ParisLisboaDesign acredita que vai conseguir trazer mais-valias para os clientes da área de cosmética e produtos de luxo franceses. Um universo que conhece bem - ou não tivesse durante quase duas décadas trabalhado no marketing do grupo L"Oréal. Do lado do cliente teve a gestão e estratégia de marketing de marcas como a Lancôme, a Biotherm ou a Cacharel. Agora, como alma da visão estratégica dos projetos na ParisLisboaDesign, quer responder às necessidades que os clientes não estão a ver respondidas com as agências locais. A solução está no design português. Pierre explica: "Trata-se de um design orgânico, feito por pessoas com uma experiência e know how diferentes e uma criatividade mais livre", descreve. São designers com uma "experiência e abertura de espírito muito grandes". . Uma forma de "criação alternativa" que, acredita, irá atrair os clientes curiosos com o selo made in Lisboa. "Portugal até pode ter uma imagem péssima (lá fora), mas Lisboa tem uma imagem muito interessante: aspiracional, de uma cidade onde se vive um espírito de nova fronteira", considera Stark. "A história de uma agência de design português, com um ar fresco que vem de Lisboa, agrada muito aos clientes", garante. . O facto de a ParisLisboaDesign funcionar online é, no entender de Stark, outra vantagem. "Não ter estrutura permite-nos ser muito reativos", explica. "Apagamos as barreiras do tempo e do espaço para pôr em comunicação os talentos e clientes", argumenta. . Com o mercado do luxo (cosmética, joalharia e tecnologia) como público-alvo, a ParisLisboaDesign quer desenvolver projetos e ter uma oferta de design a "360 graus". Ou seja, que vai da criação da identidade visual (logótipo) de uma marca, ao design de produto (embalagem), passando pela edição de marketing operacional (brochuras), pela fotografia de produto (packshot) e pela publicidade no ponto de venda, e terminando no branding, "ajudando a empresa a desenvolver a sua estratégia de marketing", completa Pierre Stark. . A empresa começa agora a dar os primeiros passos. Em França, apresentam-se os briefings de estreia junto dos clientes que Pierre e William conheceram, e em Portugal procura-se reunir um lote de criativos que se revelem os mais adequados a melhor responder aos desafios. . Neste momento, os fundadores da ParisLisboaDesign já têm o book de alguns designers freelancers, "mas estamos à procura de mais pessoas", conta Stark. "Temos em mãos quatro a cinco designers, mas rapidamente queremos atingir dez a 20." É uma porta que se abre, uma oportunidade para os profissionais portugueses numa fase em que o mercado, fruto da recessão e da redução dos quadros nas agências, "está cheio de pessoas com talento e com interesse em trabalhar para fora". O interesse é recíproco: "Também há agências que procuram ir buscar novos projetos fora."