Celebrado anualmente a dia 31 de outubro, o Dia Mundial da Poupança simboliza a importância real da poupança para os indivíduos, as famílias, empresas e organizações em geral.
Este ano é talvez ainda mais importante falar de poupança. Muitas famílias e empresas viram os seus rendimentos fortemente afetados ou até anulados nos últimos meses. Se as previsões económicas do início do ano apontavam para um forte crescimento da economia, e o mote era então "investir", hoje a palavra de ordem é "poupar" - embora deva ser dito que manter adequados níveis económicos de consumo também seja muito importante.
As políticas governamentais de apoio às empresas e famílias, entre as quais, as moratórias dos financiamentos bancários, terminarão no último dia de setembro 2021, pelo que, idealmente, as famílias e empresas deveriam já ter procurado criar um "balão de oxigénio". Sabemos, porém, que muitas estão a tentar sobreviver com o pouco que restou ou que conseguiram reunir dos apoios públicos e, por isso, a poupança infelizmente não está ao alcance de todos.
Não é nenhuma novidade dizer que, apesar do desenvolvimento das linhas de apoio às PME terem surgido muito rapidamente, a sua implementação/atribuição foi um processo bastante demorado, fazendo com que os apoios não tenham chegado às empresas no tempo previsto e desejado. Várias empresas não aguentaram e "fecharam as portas"; outras tantas tiveram de despedir colaboradores. Ou seja, esta demora levou ao aumento cada vez mais acentuado da taxa de desemprego e à falência de várias empresas que passaram anos a investir no seu negócio não tendo gerado almofadas financeiras para eventuais intempéries.
Esta é também uma realidade cultural: em Portugal os atuais estímulos à poupança não trazem grandes vantagens, nem económicas, nem fiscais e, nesse sentido, as empresas e famílias tendem a continuar a investir por recurso a financiamento. Ora, numa situação de calamidade, não havendo folga financeira e existindo, ao invés, responsabilidades bancárias a cumprir, vemos a balança num estado completamente deficitário. Recentemente, a Insurance Europe publicou um estudo em que confirmava que Portugal era o país europeu analisado onde as pessoas mais desejavam poupar apesar de não terem condições para o fazer. E as conclusões são referentes ao período exatamente anterior ao começo da atual pandemia.
Se já era importante no passado, hoje é ainda mais urgente rever temas como o dos benefícios fiscais associados ao IRC - sendo a atual discussão parlamentar do Orçamento de Estado para 2021 um dos fóruns ideais para o fazer -, por forma a reduzir a carga fiscal e incentivar a poupança das empresas.
Além de falar de apoios do Estado e de medidas de incentivo à poupança, neste Dia Mundial da Poupança também somos levados à questão de repensar os custos fixos das famílias e empresas, de forma a ficarem com mais rendimento disponível.
No mundo empresarial, por exemplo, uma das soluções cada vez mais adotadas tem sido a da eliminação de vínculos contratuais com trabalhadores em áreas não core, passando a recorrer ao outsourcing de serviços. É verdade que esta tendência já se manifesta há alguns anos, mas a atual conjuntura mostra que veio para ficar. O Outsourcing de serviços de apoio à gestão das empresas permite uma flexibilização de custos, e até uma redução, com a contratação de equipas especializadas, que, no caso de algumas empresas, passam a poder fazer mais por menos. Ou seja, em tal cenário, no lugar de custos fixos passamos a ter estruturas de custos mais variáveis que tornam as empresas mais sólidas e mais rentáveis.
Outra abordagem tem sido a reestruturação de todo o seu negócio ou apenas de algumas áreas, tais como da gestão financeira, dos processos organizacionais de gestão, o rebranding, ações de marketing digital, entre outras. Ou o Procurement, que incide na análise dos custos fixos principais auxiliada na obtenção das melhores ferramentas para melhorar a estratégia de compras das empresas, procurando construir uma gestão de compras mais eficiente, com custos reduzidos e otimizados. Além de ajudar a melhorar a relação entre o fornecedor e o cliente, o Procurement padroniza todos os processos relativos às compras.
Porque para poupar é também preciso selecionar onde se deve investir ou dito de outra forma, porque não há poupança sem investimento, o Dia Mundial da Poupança funciona como uma "porta de entrada" para uma discussão mais englobante sobre as melhores escolhas ao alcance de cada um de nós nos próximos tempos.
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