Digital. Nónio quer colocar as marcas a falar com os leitores

Projeto reúne 70 sites de seis grupos de comunicação social que agregam 85% da audiência digital em Portugal
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Seis dos principais grupos de comunicação social em Portugal, entre os quais o Global Media Group (GMG), dono do Dinheiro Vivo, acabam de lançar o Nónio, uma plataforma que permite a segmentação de audiências digitais.

A iniciativa junta 70 sites de grupos de media concorrentes - Global Media Group, Cofina, Impresa, Grupo Renascença, Media Capital e Público - responsáveis por 85% da audiência de internet em Portugal, com um objetivo comum: garantir uma maior fatia da publicidade digital e ganhar músculo face a plataformas internacionais, como o Google ou Facebook, que cativam 70% do investimento publicitário digital no mercado nacional.

“É absolutamente marcante este projeto onde concorrentes, numa indústria que vive um momento difícil, chegaram à conclusão de que o melhor caminho é agregar esforços”, comenta Luís Nazaré. “Não conheço nenhum projeto coletivo numa mesma indústria, feito por concorrentes no mercado, que seja levado para a frente”, acrescenta o diretor da Plataforma de Meios Privados (PMP), onde o projeto começou a ser desenvolvido pelos grupos de media, com o apoio de 900 mil euros atribuídos pelo Digital News Initiative, fundo de inovação da Google.

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“É uma excelente notícia para o mercado e essencial para que os publishers portugueses [editores] possam continuar a competir de uma forma relevante com as principais plataformas de distribuição globais”, considera Alberto Rui Pereira, CEO do IPG Media Brands.

E o que muda com o Nónio? A partir de agora, por exemplo, os leitores online do Dinheiro Vivo, do DN ou do JN (alguns dos sites que constituem esta plataforma) serão convidados a fazer registo e aceder aos conteúdos através de um login, válido para os 70 sites do Nónio, o que permitirá conhecer o seu histórico de hábitos de consumo. Para os leitores há vantagens: deixam de “ser bombardeados vezes infinitas com os mesmos formatos publicitários/campanhas, como hoje sucede, porque não há forma de distinguir o leitor que acede aos conteúdos via smartphone, tablet ou desktop”, explica Marcelo Leite, diretor de Inovação & Novos Negócios do GMG. Numa fase seguinte, quando aceder aos sites, o leitor poderá ver artigos que o sistema considera que o poderão interessar.

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Saber quem está do “lado de lá” é “crucial para os media”, considera Fernanda Marantes, diretora-geral da Havas Media Group. Mas também para as marcas “que poderão tirar partido dos seus investimentos publicitários” sabendo “que estão a falar com quem gosta de si”. O Nónio, nesse sentido, oferece uma “audiência qualificada, que é sempre o que andamos à procura: quem é que nos ouve, quem é que nos lê, nos pesquisa e compra no final do dia”, diz Fernanda Marantes. O registo único “permite segmentar a nossa audiência em segmentos mais interessantes para os anunciantes e mais próximos do que internacionalmente é transacionado na publicidade digital”, reforça Marcelo Leite.

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Bruno Almeida destaca a capacidade do Nónio em “enriquecer a informação sobre as audiências neste meio digital”, minimizando “o desperdício nas nossas campanhas”, já que permite “focar as campanhas nos targets que de facto são relevantes impactar”, considera o diretor de marketing da Unilever - Jerónimo Martins. Outra grande vantagem “será a capacidade de planeamento integrado e articular diferentes publishers, em vez de tratar cada um de forma isolada”, defende.

“Gostamos de trabalhar com marcas credíveis, onde colocamos o investimento dos nossos clientes e, por isso, tudo o que nos traga a melhor forma de medir os investimentos publicitários dos nossos anunciantes melhor”, explica Fernanda Marantes.

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