Disney volta a subir preço do Disney+ e vai combater partilha de contas

Portugal deverá ficar de fora dos aumentos, pelo menos nesta fase; gigante superou expectativas com resultados trimestrais mas perdeu mais assinantes que o esperado.
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Oito meses depois de regressar à liderança da Walt Disney Company, Bob Iger divulgou resultados trimestrais que superaram as expectativas do mercado, embora com algumas ressalvas. O CEO da empresa anunciou, na conferência com analistas que se seguiu à apresentação de resultados, que o preço do serviço de streaming Disney+ vai aumentar em vários mercados e a empresa pretende combater a partilha de dados de login entre consumidores.

Os preços sobem primeiro nos Estados Unidos, a 12 de outubro, quando o serviço premium (sem anúncios) passar dos atuais 10,99 para 13,99 dólares. Alguns mercados europeus serão alvo de aumento em dezembro de 2023, mas ainda estão por revelar os detalhes dessa subida, sendo que Portugal deverá ficar fora nesta fase. O que a Disney referiu é que a versão do Disney+ com anúncios será expandida para o Canadá e oito países europeus a 1 de novembro, custando 5,99 euros. Este grupo ainda não inclui Portugal: França, Espanha, Itália, Alemanha, Suíça, Noruega, Suécia e Dinamarca.

Bog Iger explicou que a subida de preços procura "refletir melhor" o valor das propriedades e da marca Disney, numa altura em que a liderança está focada em tornar o negócio do streaming lucrativo.

A outra medida nessa direção é o combate à partilha de contas, algo que a rival Netflix também fez no último ano.

"Em 2024 vamos lidar com este problema", disse Bob Iger. "Acreditamos que há aqui uma oportunidade de crescimento para o negócio." O CEO afirmou que a empresa tem a tecnologia necessária para identificar quem está a partilhar os dados de login com pessoas não pagantes e que os termos de utilização serão atualizados lá mais para o final do ano, de forma a clarificar essa questão.

Ainda assim, Iger não fez previsões sobre o resultado da medida. "Não sabemos quanto da eliminação da partilha de passwords vai converter-se em crescimento."

Certo é que o Disney+ perdeu mais assinantes que o previsto no terceiro trimestre fiscal, com uma queda de 7,4% para 146,1 milhões. Esta quebra deveu-se sobretudo à perda de direitos de transmissão dos jogos de críquete na Índia.

Iger mostrou-se confiante no potencial da versão com anúncios para expandir a base de assinantes dos serviços de streaming (o que inclui Hulu e ESPN+), notando que 40% dos novos subscritores escolheram uma modalidade com publicidade. No Disney+, 3,3 milhões de assinantes subscrevem esta versão.

O CEO também disse que a Disney está empenhada em melhorar a experiência de utilização, por exemplo usando motores de recomendação que aumentem o consumo de conteúdos.

No geral, as receitas do grupo cresceram 4% para 22,33 mil milhões de dólares (20,35 mil milhões de euros) e em termos líquidos foi registado um prejuízo de 460 milhões de dólares. É raro a Disney ter perdas, sendo que os números do trimestre espelham custos excecionais relacionados com acordos de licenciamento e conteúdo.

Do lado positivo, a unidade de parques e experiências teve um salto de 13% para 8,3 mil milhões de dólares, em grande parte impulsionada por excelentes desempenhos nos mercados internacionais, com destaque para Xangai.

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