DMIX Collective nasce com investimento de meio milhão e olhos no exterior

Projeto é fruto da aquisição da Walla Colective pela Digital Mix Música e Imagem. Com mais de duas décadas no mercado audiovisual, inaugura espaço e aposta em parcerias com projetos internacionais
DMIX Collective inaugura espaço inovador em Marvila
DMIX Collective inaugura espaço inovador em MarvilaJoão Paulo
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No currículo, a DMIX Collective, liderada pelo sound designer e mixer Elvis Veiguinha, já tem a edição e mistura de som da primeira temporada da série “Rabo de Peixe” (Netflix), a identidade sonora de inúmeros canais televisivos como a RTP1, a RTP2, o Canal 11, a NOW, a Sport TV, a SIC ou SIC Notícias, entre outros, e também um histórico de participação em campanhas publicitárias que vão desde o institucional Turismo de Portugal até à Red Bull ou a Warner Music.

E apesar de o espaço ter sido inaugurado apenas ontem, a verdade é que a nova empresa multidisciplinar já existe desde dezembro, mês em que a Digital Mix Música e Imagem comprou os ativos da Wall Collective. Elvis Veiguinha, o fundador da primeira, justificou a operação com a necessidade de “expandir a oferta de serviços, agregando novas áreas de produção e pós-produção audiovisual”, referiu em entrevista recente à Marketeer.

“Desde a criação da DMIX Collective, temos estado envolvidos em vários projetos, como a série “Faro”, produzida por Tino Navarro e realizada por Joaquim Leitão, a série “Azul”, produzida pela Blanche e realizada por Pedro Varela, a série “Projecto Global”, produzida pel’O Som e a Fúria e realizada por Ivo Ferreira, além de “La Memoria de Las Mariposas”, uma longa-metragem de Tatiana Fuentes Sadowski, produzido pela OBLAUM Filmes, que irá estrear na próxima edição do festival de cinema de Berlim”, revelou na mesma ocasião.

Veiginha, que é também professor universitário, admite que os olhos estão postos no mercado internacional, onde Portugal se tem afirmado como fornecedor de serviços de qualidade, e a preços competitivos. É também essa a razão para a inauguração de um espaço que disrompe com aquilo que são os habituais estúdios audiovisuais portugueses: as novas instalações contam com 500m2 de área, divididos em quatro salas de produção e mistura de som para publicidade, cinema e TV; três salas de edição de imagem; uma sala de correção de cor ou color grading; uma sala de gravação de podcasts; uma sala de reuniões; um lounge para eventos, com capacidade para 40 pessoas e duas salas para trabalho administrativo.

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Rabo de Peixe. Do confinamento português a série premiada pelo Netflix

O objetivo é, não só trabalhar a imagem e o som num mesmo espaço, garantindo processos mais rápidos e menos sensíveis a erros, mas também diversificar o negócio por forma a garantir a sustentabilidade financeira do projeto.

A DMIX Collective, em Marvila, Lisboa, pretende ainda ter uma programação cultural regular, e mostra-se disponível para alugar o espaço para eventos públicos ou privados, desde lançamentos de livros a conferências exclusivas, esclarece a mesma fonte ao Dinheiro Vivo.

Fruto de um investimento a rondar os 500 milhões de euros," feito totalmente com recurso a capitais privados e financiamento bancário", a DMIX Collective quer tornar-se uma referência nacional em serviços audiovisuais, e garante que vai continuar a apostar em tecnologia e num serviço diferenciado do dos seus concorrentes.

Elvis Veiguinha é o CEO da DMIX Collection
Elvis Veiguinha é o CEO da DMIX CollectionJoão Paulo

“Trata-se de um grande investimento financeiro, mas trata-se, acima de tudo, de um grande investimento tecnológico, humano e criativo. Queremos que este espaço seja um verdadeiro hub de ideias e projetos audiovisuais, que acolha as nossas equipas, mas que esteja de portas abertas para receber os nossos clientes com conforto e privacidade, possibilitando visionamentos e fóruns de discussão”, diz ainda Elvis Veiguinha, CEO da DMIX Collective, em comunicado a que o DV teve acesso.

A empresa está focada, sobretudo, em parcerias estratégicas com foco na internacionalização para serviços de pós-produção de som e imagem, em que se incluem gravação e mistura de som para publicidade, cinema, séries de televisão e documentários; edição de imagem e correção de cor ou gravação de podcasts.

“O nosso foco a curto-médio prazo é atrair projetos internacionais. Verificamos que há cada vez mais produções e co-produções estrangeiras a serem filmadas em território português, mas sem que a pós-produção seja assegurada por equipas nacionais. Queremos mudar isso. Queremos que vejam a DMIX Collective como o parceiro certo para finalizar os projetos”, confirma o empresário e sound designer.

Depois de cerca de cinco meses de intervenção no espaço de Marvila, todas as áreas estão, agora, em pleno funcionamento, confirma a empresa no mesmo documento. E em curso está também, atualmente, o trabalho de pós-produção de som para as séries Azul, realizada por e com argumento de Pedro Varela (OPTO/SIC) e Mulheres às Armas!, realizada por Patrícia Sequeira, com argumento de Filipa Martins, a partir de uma ideia de Cristina Ferreira, para a TVI.

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