Do pão e do leite à renda e transportes, o que sobe em 2025

Poder de compra. O custo de vida vai continuar a aumentar no próximo ano. A evolução dos preços poderá não ser drástica, nem demasiado acentuada, mas deverá continuar a subir.
Foto: Ana Fonseca / Global Imagens
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Em 2025 as famílias vão ter de pagar mais por bens de primeira necessidade, casa e transportes. O DN fez um levantamento do que já se sabe que vai encarecer e apresenta-lhe uma síntese dos principais aumentos.

Renda da casa

As rendas poderão encarecer 2,16% no próximo ano, de acordo com o aviso do coeficiente de atualização de rendas publicado pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE). A confirmar-se o percentual, está em causa uma subida de 2,16€ por cada 100 euros de renda. Por exemplo, uma renda de 750 euros poderá ficar 16,20 euros mais cara em 2025. E poderá haver casos em que o aumento será mais expressivo. Tendo em conta as regras em vigor, os senhorios que não atualizaram a renda nos últimos dois anos poderão somar os coeficientes de 2023 e de 2024 aos 2,16% de 2025, num total de 11,1%. Importa referir que a atualização das rendas não é obrigatória e que o senhoria pode optar por não a aumentar.

Transportes

Os transportes públicos de passageiros vão aumentar 2,02% no próximo ano, de acordo com a taxa de atualização tarifária com base nos dados do INE sobre a inflação. No entanto, como cabe às autoridades de transporte definir a política tarifária, o preço nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto deverá manter-se inalterado. No Porto, apenas irá aumentar o preço dos bilhetes comprados a bordo na rede Unir, seguindo a evolução da inflação. Em Lisboa, o Navegante municipal fica nos 30 euros e o metropolitano nos 40, os mesmos valores definidos em 2019 quando estes títulos foram criados. Nos bilhetes ocasionais também não haverá qualquer subida nos títulos próprios da Carris Metropolitana, mas o bilhete Carris/Metro sobe 5 cêntimos para 1,85 euros. De referir que em janeiro terá lugar o alargamento do Passe Social+ a desempregados de longa duração e pessoas com deficiência.

Luz, gás e água

A partir de 1 de janeiro, os primeiros 200 quilowatts-hora de eletricidade consumida em cada habitação (300kWh para as famílias numerosas) deixarão de pagar IVA a 23%, passando a pagar uma taxa de 6%.
Além disso, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) baixou 3,6% as tarifas de acesso às redes em baixa tensão normal, o que ajudará, segundo o regulador, a reduzir o preço da luz no próximo ano, apesar do aumento médio de 2,1% anunciado (só para o mercado regulado) para janeiro. No mercado livre, por exemplo, a EDP vai baixar os preços, em média, 7%, e a Galp comunicou em dezembro uma redução de 6%.

No gás natural, os preços em vigor desde outubro serão os de 2025.

Quanto à água, a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) estima que cada 1000 litros custe dois euros, o que resultará numa média de 20 euros mensais considerando que cada família consuma 10 mil litros por mês.

Telecomunicações

Nos últimos dois anos, os preços dos serviços de telecomunicações aumentaram, à boleia da inflação, mais de 12%. Em 2025, a Altice Portugal vai continuar a atualizar preços, cumprindo o que está contratualmente previsto com os clientes, exceto nos serviços da Uzo e Moche. A NOS já informou que “não vai aumentar preços” e a Vodafone ainda não revelou o que fará. Quanto à Digi, o novo operador do mercado iniciou as operações em novembro com a promessa de que não irá atualizar preços a par da inflação.

Pão, leite, café e azeite

O preço do leite e dos produtos lácteos deverá subir a partir de janeiro, devido ao aumento dos custos de produção (combustível  e eletricidade, por exemplo). O mesmo, segundo diferentes entidades do setor, deverá acontecer com o preço do pão. Não só devido aos fatores de produção, mas também devido ao aumento do salário mínimo nacional. Acresce que as vendas da panificação e pastelaria registaram, em 2024, um ligeiro aumento em valor, mas em quantidade houve uma quebra.

No café, a ProVar - Associação Nacional de Restaurantes estima um aumento de cerca de dez cêntimos.

Também o valor do azeite poderá alterar-se -  a campanha de 2024 terminou com preços no produtor 40% abaixo do ano anterior.

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