Dona da Delta antecipa fechar ano com faturação acima dos 400 milhões

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O grupo Nabeiro, dono da Delta, apresentou vários produtos novos. Entre as novidades está a entrada no segmento de saúde e bem-estar, com a venda de produtos também em farmácias.

Inovar tem sido uma aposta do grupo Nabeiro, dono da Delta. Aos jornalistas, o administrador Rui Miguel Nabeiro, admitiu que a faturação do grupo este ano vai superar os 400 milhões de euros, apesar da desvalorização que o kwanza - moeda angolana - tem vindo a sofrer. Portugal, Espanha e Angola estão entre os principais mercados do grupo de café.

“Superará os 400 milhões de euros”, assumiu, acrescentando que: “tenho dificuldade em dar um número concreto porque a desvalorização do kwanza afeta-nos muito. Angola tem um peso muito grande na nossa faturação e no mês passado o kwanza desvalorizou 30%. Angola é o terceiro país mais importante para nós. Todos os nossos mercados estão a crescer”.

O gestor admitiu que o grupo investe cerca de 1% da sua faturação em inovação e que “não tem medo de correr o risco de lançar os produtos no mercado”. “Investimos cerca de 1% em inovação. Não em concreto nestes produtos mas em tudo aquilo que fazemos. Este ano, ultrapassamos os 400 milhões de euros; é um investimento grande que fazemos todos os anos. Não temos um orçamento concreto; investimos nos projetos que acreditamos que somos capazes de ter sucesso ou que respondem a necessidades dos clientes. Não teremos sucesso com todos mas o que não temos é medo de correr o risco de lançar os produtos no mercado”, garantiu.

Novos produtos

A Delta apresentou um conjunto de novos produtos - alguns desenvolvidos através do MIND, modelo de inovação da Delta - que vão chegar ao mercado já no próximo ano. Uma das novidades é o Delta Q Sweet Qoffee. Um expresso com sabor doce e que dispensa a adição de açúcar. Este produto, que chega ao mercado nos primeiros três meses de 2020, contém alfarroba, que é um adoçante natural e sem calorias. Rui Miguel Nabeiro, administrador do grupo, em declarações aos jornalistas, não escondeu que a meta é vender um milhão de cápsulas deste Delta Q no primeiro ano.

Ainda no segmento de saúde e bem-estar, o grupo de Campo Maior apresentou os aQtive Coffees, um produto desenvolvido em parceria com o laboratório português EDOL. Com chegada ao mercado marcada também para o primeiro trimestre de 2020, trata-se de café expresso enriquecido com vitaminas e minerais que fornecem uma resposta preventiva a quem busca soluções de combate ao cansaço intelectual ou desconforto articular. Vai estar à venda em farmácias e parafarmácias e as estimativas apontam para a comercialização de cerca de 600 mil cápsulas no primeiro ano no mercado.

“A Delta sempre esteve no segmento da saúde e bem-estar. O que fizemos aqui foi encapsular e partilhar esta que é uma preocupação real que temos”, disse Rui Miguel Nabeiro, à margem da apresentação dos novos produtos.

A empresa apresentou também o Delta Slow Coffee, que representa a entrada da marca no segmento dos cafés artesanais, sendo que “cada café é torrado de forma separada e lenta, para garantir as melhores notas e propriedades”.

Bebida de café frio e parcerias

Bruma não é uma cerveja. É uma bebida de café frio extraída através de um sistema de pressão. Está particularmente direcionado para as tendências urbanas, como consumos sociais, de partilha e de convívio.

Para o segmento profissional, a Delta vai lançar em 2020 uma máquina, a Quorum Qonnect.

No âmbito da aposta na inovação, a empresa tem uma parceria com a startup Why Not, que desenvolveu a primeira soda artesanal portuguesa, a Lemon Mate. “Apresentamos em maio uma nova unidade de negócio - a que chamamos New Business - onde incubamos startups. A primeira foi a Nãm, que apresentámos em maio, e que faz cogumelos com base na borra de café. Vamos ter novidades em breve. Vamos ter uma fábrica a produzir cogumelos, que vai estar operacional durante o próximo ano. O segundo projeto foi a Why Not em que o que quisemos foi estudar o produto, repensar o que havia a repensar. Vamos distribuir o produto e temos uma comparticipação na empresa”, adiantou o gestor.

Chegada à Polónia

No final do primeiro semestre deste ano, a Delta Q anunciou que ia entrar no mercado polaco, tendo para isso firmado um acordo de distribuição com a Biedronka, cadeia de retalho detida pelo grupo Jerónimo Martins. Rui Miguel Nabeiro fez um balanço positivo desta aposta, indicando que “está a correr bem” e que a quadra natalícia é “um momento chave” dado que é a época em que se vende cerca de 70% das máquinas de café.

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