Confirmada que foi, pelo Governo, a incapacidade de concluir o negócio de venda da Efacec, foi a vez do grupo DST emitir um curto comunicado reiterando o que já fora dito pelos ministérios da Economia e das Finanças, ou seja, que "por não ter sido possível verificar todas as condições necessárias à concretização do Acordo de Venda da Efacec" a aquisição da referida participação não foi concluída.."Finda esta etapa, importa sublinhar os esforços de todas as partes envolvidas que desde o primeiro momento, em conjunto com a DST e os seus consultores, estiverem arduamente empenhados na concretização desta operação", pode ler-se na nota enviada às redações, que termina com um singelo "desejamos o melhor para a Efacec". E mais não é dito..Recorde-se que, em março, a DST acordou com a Parpública a compra de parte da participação de 71,73% de Isabel dos Santos na Efacec, que o Governo havia entretanto nacionalizado. O Estado deveria ficar ainda com 25% da empresa..Em comunicado, ao final da tarde de hoje, os ministérios da Economia e das Finanças tornaram oficial aquilo que já se sabia: o negócio não avança. Quanto a razões, apenas as citadas agora pelo potencial comprador, "não se terem verificado todas as condições necessárias à concretização" do Acordo de Venda. O Governo "continua a trabalhar com todas as partes envolvidas, incluindo interessados na aquisição da empresa, numa solução que viabilize a atividade industrial da EFACEC e salvaguarde o interesse público", pode ainda ler-se no documento..Foi em julho de 2020 que o Governo anunciou a nacionalização da participação de Isabel dos Santos, em nome da necessidade de "resolver o impasse acionista" que ameaçava a sobrevivência da Efacec. A 24 de fevereiro de 2022, o Conselho de Ministros aprovou a venda à DST, a única dos potenciais interessados que apresentou proposta final, num processo que levou cerca de 14 meses e no qual, garantia o Governo, foi assegurado que "o Estado e a Parpública fizessem o melhor negócio possível"..Pelo caminho, foram já concedidos vários empréstimos à Efacec, com garantia do Estado, num total de 115 milhões, a que se juntam 50 milhões injetados pela Parpública já depois de assinado o acordo de venda com a DST..Em julho, e na sequência de uma notícia do jornal ECO dando conta que a Comissão Europeia considerava os termos da venda como um auxílio de Estado, o grupo DST emitiu um comunicado garantindo que, "em nenhuma circunstância, alinhado com o vendedor e com o Banco de Fomento, aceitará participar numa transação que configure auxílios do Estado". Na mesma altura, e em entrevista ao Negócios, o primeiro-ministro assegurava que a risco da DST desistir do negócio "era pequeno"..A degradação da situação financeira da empresa não ajudou. A Efacec fechou 2021 com 183,9 milhões de prejuízos consolidados e uma dívida líquida de 193 milhões de euros. Já no primeiro semestre de 2022, e de acordo com dados divulgados pelo ECO, a Efacec terá tido 55 milhões de euros de prejuízos consolidados, mais 15 milhões do que em igual período de 2021.