DSTelecom prepara investimento de 150 milhões em fibra ótica

Empresa responsável pela construção da rede de fibra nas zonas rurais prevê duplicar a facturação neste ano.
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A DSTelecom, braço para as telecomunicações do grupo DST, está na fase final de aprovação de um financiamento total de 150 milhões de euros para alargar a cobertura da rede de fibra ótica em território nacional.

“Apresentámos à Comissão Europeia quatro projetos, que foram integrados só num, de 150 milhões de euros, com financiamento do Banco Mundial e de fundos comunitários” diz ao Dinheiro Vivo Xavier Martin, presidente da DSTelecom. “Entre duas mil candidaturas foram escolhidas 14 e somos o único operador privado e o único português que foi escolhido.” A decisão sobre a atribuição do investimento, no âmbito da Agenda Digital da União Europeia, será tomada dentro de dois a três meses e tem um impacto estimado na economia de 600 milhões de euros, diz Xavier Martin.

Pelas contas da empresa, cerca de dois milhões de portugueses continuam sem acesso à internet de alto débito e será necessário investimento para chegar à velocidade superior a 30MBps exigida por Bruxelas até 2020 nos países europeus.

A DSTelecom, responsável pela construção de redes de nova geração na zona norte e sul do país - ficando o Centro e as regiões autónomas a cabo da Viatel, da Viseira - já investiu cerca de 90 milhões de euros em infraestrutura, com 56 milhões de fundos comunitários no projeto de levar fibra ótica às zonas rurais.

No final de 2015, a DSTtelecom atingiu os cinco milhões de euros de faturação e um EBITDA de 250 mil euros, naquele que foi o primeiro ano de atividade com a rede construída, chegando já a 300 mil casas e a 30 parques industriais e cobrindo 30% do país. “A expectativa é chegar aos dez milhões de euros de faturação e dois milhões de EBITDA em 2016”, diz Xavier Martin.

Em 2017 a faturação deverá chegar aos 15 milhões de euros, com o crescimento suportado no alargamento da rede através do financiamento comunitário, a aposta nas smart cities e ainda “aplicar o conceito de operador neutro à rede móvel”, revela o presidente da DSTelecom.

A lógica é construir torres de telecomunicações e partilhar a utilização, ou seja, aplicar o modelo usado na rede de fibra ótica nas zonas rurais - nas quais os operadores de televisão paga colocam os pacotes de serviços sobre a rede da DSTelecom e da Viatel - e replicá-lo no móvel, aproveitando a decisão da Anacom de impor a cobertura com banda larga móvel em 588 freguesias.

Nas smart cities, cidades que usam a tecnologia para ser mais eficientes, Xavier Martin frisa que “o grupo DST tem as cinco componentes essenciais para as cidades inteligentes, como as renováveis, a construção ou até no investimento”. A empresa tem trabalho em parceria com as universidades e com as câmaras municipais e espera, ainda neste ano, “fechar um projeto de dimensão significativa”.

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