Duas em cada três sardinhas em Portugal foram importadas

As importações de sardinha cresceram a um ritmo médio anual de 11,6% em quantidade e 15,9% em valor. Espanha e Marrocos são os principais fornecedores
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O aumento de importação de sardinha fresca e congelada cresceu a um ritmo equivalente à diminuição do pescado descarregado nos portos nacionais. Os dados do INE mostram que, em 2015, foram transacionadas em lota 13.729 toneladas deste peixe tão apreciado, sendo este o valor mais baixo desde que existem registos estatísticos sistemáticos por espécie.

Esta situação resulta dos limites de capturas impostos pela União Europeia, originando um aumento do preço e das importações, e beneficiando com isso os nosso vizinhos Espanhóis (98% da sardinha fresca e 69,9% da sardinha congelada importada para Portugal) e Marroquinos (23,2% da sardinha congelada importada para Portugal).

A consequência direta destes limites foi o aumento do preço da sardinha para o valor mais elevado dos últimos 20 anos - só nos últimos quatro anos, o preço desta espécie quase triplicou.

A adaptação da frota pesqueira portuguesa às limitações de captura de sardinha reforçou a importância e fez crescer as quantidades de outras espécies menos valorizadas, tais como a Cavala (que já responde por 33% do volume total de capturas). Esta espécie mais comum baixou também de preço, tendo em conta o aumento da quantidade disponível.

O INE indica ainda que a recuperação do valor do pescado através de medidas de promoção e valorização de espécies alternativas à sardinha, nomeadamente a substituição das capturas de sardinha por cavala e carapau, está a revelar-se pouco eficaz. Um bom exemplo disso é precisamente o carapau, cujas quotas estão ainda longe de serem esgotadas (apenas 52,4% de taxa de utilização em 2015).

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