Durão Barroso vai receber uma pensão pública vitalícia de 18 mil euros por mês apesar de ser administrador não executivo do Goldman Sachs International. O antigo presidente da Comissão Europeia passou a ser tratado desde segunda-feira como um lobista -- representante de interesses privados..Mas não será um lobista qualquer, como assinala esta terça-feira o jornal El Mundo. Durão Barroso, por ter trabalhado 10 anos na Comissão Europeia, vai ter direito a uma pensão de 18 mil euros, que corresponde a 70% do salário mensal de 26 mil euros que recebia em Bruxelas. Isto deverá acontecer dentro de cinco anos - o antigo primeiro-ministro tem atualmente 60 anos..O jornal espanhol assinala que nos primeiros 18 meses depois de abandonar a Comissão Europeia, Durão Barroso chegou a receber um complemento salarial de 16 900 euros por mês por não ocupar qualquer cargo em empresas incompatíveis com funções anteriores. Barroso terá renunciado a este privilégio..Contactos entre Barroso e CE sobre ‘Brexit’ estarão no registo de transparência.Durão Barroso vai perder os privilégios de antigo presidente da Comissão Europeia. A ordem foi dada pelo próprio Jean-Claude Juncker. Barroso "será recebido na Comissão não como antigo presidente mas como representante de um interesse e será sujeito às mesmas regras [que os outros]", referiu o atual presidente da Comissão Europeia..Juncker estará a examinar o contrato de trabalho de Durão Barroso e já deu instruções à sua equipa para que o seu antecessor - que ocupou o cargo durante dez anos, entre 2004 e 2014, e ex-primeiro-ministro português entre 2002 e 2004 - seja tratado em Bruxelas como qualquer outro lobista..A provedora de justiça europeia, Emily O'Reilly, pediu na semana passada esclarecimentos sobre a posição da Comissão Europeia em relação a esta escolha para o Goldman Sachs. O presidente da comissão terá evocado o Artigo 245 do Tratado de Funcionamento da União Europeia, que obriga ao "total respeito pelos princípios de discrição e integridade" pela parte de comissários e ex-comissários..A escolha de Durão Barroso para o cargo de administrador não executivo do Goldman Sachs International foi tornada pública a 8 de julho. A instituição destacou que “a perspetiva, capacidade de avaliação e aconselhamento [de Durão Barroso] irão acrescentar muito valor ao conselho de administração da Goldman Sachs International, à Goldman Sachs, aos seus acionistas e trabalhadores”.