A Anacom ouviu o mercado mas decidiu manter a decisão de não obrigar a PT Portugal a abrir a sua rede fibra, não seguindo a recomendação de Bruxelas tendo em conta as "particularidades do mercado da banda larga nacional relativamente aos restantes mercados europeus"..A PT já reagiu. "É com satisfação que tomamos conhecimento da decisão da Anacom de não regulação do mercado de fibra ótica. Portugal é um caso de sucesso no que respeita às redes de nova geração e esta decisão, tomada em prol do investimento em infraestruturas, dos consumidores e do país, vem permitir que cada vez mais portugueses tenham acesso aos melhores serviços de fibra a nível europeu", reagiu Paulo Neves, Chairman e CEO da PT, à decisão do regulador liderado por Fátima Barros.."Complementarmente, já disponibilizamos uma oferta grossista comercial de fibra disponível para todos os operadores do mercado – e esperamos que outros façam o mesmo. A nossa estratégia irá prosseguir: investimos e continuaremos a investir num ambicioso projeto de cobertura do país com fibra ótica até 2020”, reforça o responsável..A abertura da rede fibra da PT era há muito uma ambição da NOS e da Vodafone, com os dois operadores a pedir a intervenção do regulador, posição igualmente defendida pela Comissão Europeia que fez inclusive uma recomendação nesse sentido. Mas o regulador não acatou essa recomendação, tendo determinado pela não intervenção. "A recomendação da Comissão Europeia não é proporcional nem adequada face às medidas que estão em vigor tendo em conta as condições específicas do mercado português”, argumentou a Anacom..Uma deliberação na época fortemente contestada pela Vodafone, que considerou a decisão do regulador "lamentável". E sobre a oferta grossista da PT Mário Vaz, CEO da Vodafone, também não se mostrou satisfeito, considerando a oferta um restaurante pouco recomendável..Miguel Almeida, CEO da NOS, admitia em recente entrevista ao Dinheiro Vivo, que o regulador ainda ia a tempo de promover alterações na deliberação. "O regulador português tem ainda oportunidade de afinar aquilo que disse sobre os mercados 3 e 4", disse o CEO da NOS, não poupando críticas à oferta grossista na fibra da PT. "Não podemos estar a brincar com ofertas grossistas que facilmente alguém olha para elas e diz com esta oferta grossista é impossível oferecer as ofertas retalhistas que o próprio incumbente oferece no mercado. Essas ofertas é fumo para disfarçar", disse o responsável..Até ao momento não foi possível obter uma reação da NOS e da Vodafone.