"É fundamental o conhecimento científico e técnico, mas neste mundo em que vivemos, só isso não chega"

Vice-reitora da Universidade da Madeira elogia o que se aprende no Polieemprende Regional da Madeira, cujas inscrições terminam a 31 de maio
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Está em curso a 3ª edição do Poliempreende Regional da Madeira e é já esta sexta-feira, 16 de abril, que começa a ronda de oficinas e seminários formativos para os diversos candidatos. Com inscrições abertas até 31 de maio, esta é a 3.ª edição do concurso de empreendedorismo da rede de politécnicos do país em que a instituição de ensino superior madeirense participa, para o que conta com o apoio do Santander Universidades. Para a vice-reitora e para a universidade que codirige, o conhecimento científico e técnico é fundamental, "mas no mundo em que vivemos, só isso não chega".

Elsa Fernandes tem expectativas otimistas quanto à participação dos seus alunos - espera entre 10 e 15 projetos candidatos - no Poliempreende Regional da Escola Superior de Tecnologias e Gestão da Universidade da Madeira (ESTG-UMa). A vice-reitora está convicta de que, cada vez mais, um curso superior só por si não é suficiente e que é também o papel da universidade ajudar os estudantes a adquirirem outras competências.

"A participação neste concurso está integrada numa estratégia mais ampla da Universidade da Madeira naquilo que concerne ao desenvolvimento das competências transversais, as soft skills, nos nossos alunos", explicou a vice-reitora da UMa.

É por isso, frisa a responsável, que a sua universidade tem já, neste momento, "17 cursos com disciplinas de empreendedorismo, abrangendo cerca de 500 alunos", e a estratégia da UMa "passa não só pela parte letiva - de lecionar disciplinas relacionadas com o empreendedorismo -, mas também por dar aos alunos a oportunidade de participarem em concursos desta natureza, como o Poliempreende".

Isto porque o Poliemprende "é uma iniciativa que visa, através de um concurso de ideias e de planos de negócios, avaliar e premiar projetos desenvolvidos e apresentados por alunos, diplomados ou docentes" dos politécnicos e escolas superiores, como se lê no site deste concurso. "O objetivo do é fomentar uma cultura empreendedora e que impulsione o desenvolvimento de competências por parte dos estudantes, estimulando o empreendedorismo e proporcionando saídas profissionais através da criação do próprio emprego."

O que primeiro irão aprender os candidatos a poliempreendedores madeirenses, já esta sexta-feira, é como cultivar Ideias, Criatividade e Inovação, num workshop assegurado por Carlos Lopes, CEO da Startup Madeira. E, ao longo das próximas semanas e até 14 de maio, os alunos da UMa inscritos na 3.ª edição do Poliempreende Regional terão outras oficinas ou seminários em que aprenderão o básico acerca de marketing e comunicação, sobre como criar um plano de negócios e analisar a sua viabilidade e financiamento e o necessário sobre patentes.

"Tivemos a apresentação do concurso na semana passada [9 de abril] e agora vão existir ​​​​​​​oficinas/seminários dirigidos por especialistas convidados nas áreas transversais ao empreendedorismo", contou. O programa completo do concurso regional está publicado no site da própria universidade e nele figuram "formadores" de entidades como a Portugal Ventures, o Banco Santander, a Viseeon Portugal e a Patentree.

"No dia 4 de junho, temos a fase final do concurso regional, aqui no Colégio dos Jesuítas na Universidade da Madeira, em que vamos conhecer os três projetos vencedores", avançou Elsa Fernandes. E a vice-reitora não tem dúvidas quanto ao valor das ideias finalistas que irão surgir. "Os [projetos] que chegam à final têm já uma qualidade bastante boa. Aliás, no de 2019, foi constituída uma empresa com um dos projetos que foi apresentado no Poliempreende, o vencedor, melhor dizendo", concluiu.

Os três primeiros classificados no Poliempreende Regional da Madeira terão direito a um prémio no valor monetário de 2.000, 1.500 e 1.000 euros, respetivamente. Parte em que a UMa conta com o apoio do Santander Universidades.

"A Universidade da Madeira, através do mecenato com o Santander, tem apoio para a área do empreendedorismo - o Santander apoia três grandes áreas, que é a educação, o empreendedorismo e a empregabilidade. Nesta verba que o Santander atribui à Universidade da Madeira destinada ao empreendedorismo, uma parte é para o Poliempreende", explicou Elsa Fernandes.

A nível nacional, o Poliempreende vai já na sua 18.ª edição, mas o concurso regional da Escola Superior de Tecnologias e Gestão da Universidade da Madeira (ESTG-UMa) ocorre este ano apenas pela terceira vez, dada a recente integração da vertente politécnica na UMa.

Citaçãocitacao"Acreditamos que é sempre uma mais-valia a participação dos nossos alunos neste tipo de concursos, porque aquilo que que eles ganham é de facto útil e muito importante para serem cidadãos bem-sucedidos no mundo atual", Elsa Fernandes, vice-reitora da UMa..esquerda

"Sim, a nossa experiência ainda é curta nesta área: tivemos apenas três participações - esta será a terceira, melhor dizendo -, mas, como disse, o projeto vencedor de 2019 criou a sua própria empresa", sublinhou a vice-reitora. É por isso, diz, que a UMa considerou ser uma excelente ideia quando lhe foi proposto que aderissem à rede Poliempreende e que participassem no concurso.

"O tipo de competências que os alunos desenvolvem, mesmo que não cheguem a criar o seu próprio negócio - porque não temos todos de ser empresários -, são fundamentais para os dias de hoje", afirmou Elsa Fernandes. Afirmação que, de seguida, explicou: "A capacidade de comunicar ideias de uma forma simples, escolher o que é fundamental do que não é tão importante, a capacidade de trabalhar em equipa, a proatividade, o pensar fora da caixa, são de facto competências que são reconhecidas pelos empreendedores e que podem ser aprendidas na universidade e que nós achamos, a Universidade da Madeira acredita, que devem fazer parte do perfil dos alunos à saída do ensino superior".

Cada uma das 27 instituições da rede do concurso Poliempreende organiza o seu concurso regional e o vencedor concorre em sua representação à final nacional. Este ano, a final do Poliempreende nacional será um pouco atípica, já que a pandemia impediu a normal realização do concurso em 2020, pelo que as diversas instituições de ensino participantes concorrerão à final, a realizar em setembro em Santarém, com dois finalistas.

No Poliempreende Nacional, os valores dos prémios atribuídos aos três vendedores são mais elevados - respetivamente, 10.000, 5.000 e 3.000 euros -, porque o objetivo é mesmo que a ideia de negócio seja concretizada no mundo real. É por isso, que os projetos eleitos recebem apenas metade deste valor na cerimónia pública de divulgação. Os restantes 50% só são entregues mediante a apresentação da declaração de inicio de atividade da empresa em causa ou de documento que comprove a transferência de produto/tecnologia ou o desenvolvimento do produto ou serviço.

O Poliempreende tem, assim, uma vertente muito prática que a vice-reitora da UMa saúda, enquanto veiculo de criação do próprio emprego, mas vai mais longe. "Com certeza que queremos que as ideias de negócios se transformem de facto em empresas. Mas, se isso não acontecer, acreditamos que é sempre uma mais-valia a participação dos nossos alunos neste tipo de concursos, porque aquilo que que eles ganham é de facto útil e muito importante para serem cidadãos bem-sucedidos no mundo atual", disse Elsa Fernandes.

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