O problema é que os gadgets, estilo smartwatch, são cada vez mais pequenos. E os dedos de um adulto, de tamanho razoável, são demasiado grandes para conseguir clicar com precisão nos ícones do touchscreen.
Mas nada trava a tecnologia e a uma equipa de cientistas do Future Interfaces Group (Fig) – um laboratório de pesquisa interdisciplinar, integrado na Carnegie Mellon University – encontrou a solução.
Se o ecrã é demasiado pequeno, então porque não transformar a pele dos nossos braços e mãos em prolongamentos do ecrã? Bom, foi isso mesmo que fizeram e, durante as experiências, conseguiram marcar um número de telefone usando como teclado as costas da mão de uma 'cobaia' humana.
Este tipo de novidades são o dia-a-dia da equipa do Fig, que está integrada no Human-Computer Interaction Institute. O nome do instituto explica-se a si próprio: por ali, criam-se novas tecnologias e interfaces para permitir que a relação humano-computador seja cada vez mais "fluida, intuitiva e poderosa".
Mas voltemos ao SkinTrack – nome de batismo desta nova tecnologia. Como é que isto funciona? A imaginação leva-nos a temer que uma espécie de braço robótico tenha de ser agregado ao nosso corpo. Não? Não, calma... Os investigadores prometem uma tecnologia não-invasiva com um sistema de funcionamento bastante simples.
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Existe um anel de emissão de sinal (colocado no dedo do utilizador) que comunica com uma banda de deteção ligado ao relógio. Quando o dedo que tem o anel toca na pele, a magia acontece: o sinal elétrico corre o seu braço, a pulseira de deteção (que tem vários elétrodos) triangula a posição do seu dedo através de coordenadas 2D (semelhante ao que acontece quando se triangula a localização de um telemóvel) e já está.
Quando der por si, está a puxar as catapultas do Angry Birds no seu braço.
"A coisa boa do SkinTrack é que não é intrusiva. Relógios e anéis são objetos que as pessoas já usam todos os dias", explicou Yang Zhang, um dos estudantes de Carnegie que trabalharam na tecnologia, citado pelo The Verge. A equipa promete ainda que esta solução será low-cost e que gastará pouca energia.
Esta tecnologia abre um mar de possibilidades e a equipa divertiu-se com várias experiências em laboratório. Conseguiram, por exemplo, arrastar ícones de aplicações para diferentes zonas do braço e aceder a elas, simplesmente clicando nesse sítio da pele. Como também reconhece teclas de atalho, basta desenhar um S na sua mão para que o telemóvel pare de tocar.
Embora esteja a funcionar, Yang Zhang defende que ainda há alguns acertos a fazer como, por exemplo, manter o anel carregado durante longos períodos de tempo.
A última grande questão é: terá efeitos negativos sobre a nossa saúde? "A tecnologia é segura. Nada sugere que as frequências usadas pelo SkinTrack possam ter efeitos nocivos sobre a saúde", explica o investigador à The Verge, lembrando que o nosso corpo todos os dias se cruza com este tipo de radiações e, até agora, não foi provado que nos façam mal.