A economia portuguesa cresceu a dois dígitos entre abril e junho, com uma aceleração homóloga de 15,5%, indicou o INE na estimativa rápida divulgada esta sexta-feira, representando o maior crescimento trimestral desde 1996, ano que a se referem os primeiros dados estatísticos oficiais.
"O Produto Interno Bruto (PIB), em termos reais, registou uma variação homóloga de 15,5% no 2º trimestre de 2021 (-5,3% no trimestre anterior)", refere o gabinete de estatística.
A explicar esta evolução está "um efeito base, uma vez que as restrições sobre a atividade económica em consequência da pandemia se fizeram sentir de forma mais intensa nos primeiros dois meses do segundo trimestre de 2020, conduzindo então a uma contração sem precedente da atividade económica", detalha.
Na semana passada, no parlamento, o ministro da Economia indicou que o PIB teria crescido "13,3% ou mais" em termos homólogos.
Comparando com o trimestre anterior, em cadeia, o PIB registou uma expansão de 4,9% depois do mau arranque de ano em que houve uma contração 3,2%. "Note-se que, no início do ano, se verificou um confinamento geral devido ao agravamento da pandemia, seguindo-se um plano de reabertura gradual a partir de meados de março", lembra o INE.
Em estimativas divulgadas pelas principais universidades portuguesas apontavam já para crescimentos de dois dígitos, tendo em conta a queda registada no segundo trimestre do ano passado quando o PIB afundou 16,3%. O arranque deste ano não foi melhor devido ao segundo confinamento geral que arrastou a economia para uma queda de 5,4% em termos homólogos.
O ISEG apontou para que a economia portuguesa tenha crescido entre os 15% e 16% no segundo trimestre em termos homólogos, correspondendo a um aumento de 4,6% a 5,5% face ao primeiro trimestre.
Já a Universidade Católica estimou que o PIB português terá crescido no segundo trimestre 5% em cadeia e 15,5% face ao mesmo período de 2020.
O ministro de Estado e das Finanças, João Leão, aponta para um crescimento da economia portuguesa superior a 4% para este ano, acima do previsto no Programa de Estabilidade (4%).
O Conselho das Finanças Públicas (CFP) aponta para um crescimento de 3,3%, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) espera 3,7%, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Comissão Europeia 3,9% e o Banco de Portugal 4,8%.