O banco justifica a revisão em baixa com o efeito de arrasto do primeiro trimestre, período em que o PIB português caiu 0,6% face aos três últimos meses de 2013, graças ao abrandamento do investimento e das exportações.
No seu estudo, divulgado esta quarta-feira, o BBVA desvaloriza a crise do BES, não esperando que esta venha a ter um impacto significativo a nível macroeconómico. Assim, a recuperação económica deverá tornar-se mais forte na segunda metade do ano.
Em 2015, o crescimento deverá acelerar ligeiramente, com o PIB a aumentar 1,6% nesse ano, e não 1,5%, como o banco inicialmente previa.
A procura interna vai assumir um papel essencial na recuperação económica. O BBVA espera que o consumo privado cresça gradualmente este ano e em 2015, aumentando 0,9% e 1,3%, respetivamente. Esta evolução é justificada pelas melhorias no mercado de trabalho, o aumento da confiança das famílias e a baixa inflação.
Também o investimento vai continuar a recuperar, aumentando 1,1% em 2014 e 3,6% em 2015, mas a um ritmo mais lento do que o inicialmente previsto, graças aos maus resultados do primeiro trimestre e à desaceleração das exportações.
Por outro lado, o aumento da procura interna vai levar a uma subida mais acentuada das importações, que virão a aumentar 4,6% em 2014 e 4,7% no ano seguinte. Assim, a balança comercial será negativa em 2014 e positiva, embora sem valores muito animadores, em 2015.
O único indicador que continuará em ritmo de contração será o consumo público, limitado pelas restrições orçamentais do Governo.
Exportações de serviços impulsionam economia
Apesar do abrandamento, as exportações vão continuar a ser o principal motor da economia. A exportação de bens continuará fraca, mas os serviços, principalmente o turismo, vão conhecer um forte aumento de exportações.
Puxada pelas exportações, a economia portuguesa deverá então crescer 0,4% no segundo trimestre deste ano, face ao trimestre anterior.