Economia volta a abrandar na semana em que mais concelhos passaram para alto risco

Desde o início de julho que a tendência é de diminuição do indicador de atividade económica calculado pelo Banco de Portugal.
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A atividade económica voltou a fraquejar na terceira semana de julho, acompanhando o alargamento de maior confinamento a mais concelhos do continente.

"Na semana terminada a 25 de julho, o indicador diário de atividade económica (DEI) e a taxa bienal correspondente diminuíram face à semana anterior", refere o Banco de Portugal na nota divulgada esta quinta-feira, 29 de julho. Essa foi a semana em que o governo colocou no nível de risco elevado e muito elevado 116 concelhos, ou seja, mais 26 do que na semana anterior.

Depois da recuperação acentuada registada logo a seguir ao fim do segundo confinamento geral, em meados de março, o indicador diário (DEI) tem apresentado sucessivas oscilações, com avanços e recuos. Na semana terminada a 25 de julho, registou-se uma queda homóloga de 0,6%, que compara com uma variação nula uma semana antes, a 18 de julho.

Olhando para a média móvel semanal centrada a 12 de julho, ou seja, no dia em que o governo anunciou o alargamento das restrições, o indicador ainda registou uma variação homóloga positiva de 2,9%.

O DEI sintetiza um conjunto de informação de natureza quantitativa e com frequência diária, como o tráfego rodoviário de veículos comerciais pesados nas autoestradas, o consumo de eletricidade e de gás natural, a carga e correio desembarcados nos aeroportos nacionais e as compras efetuadas com cartões em Portugal por residentes e não residentes. Por isso, permite traçar, em tempo real, um quadro da evolução da atividade económica no país - são os chamados indicadores de alta frequência.

Uma vez que as quedas foram muito expressivas no primeiro confinamento, durante a primavera do ano passado, o Banco de Portugal recalculou o indicador para alisar estas variações, criando uma nova série. "Para mitigar a influência na análise económica deste efeito base muito marcado, calcula-se a taxa bienal, o que corresponde a acumular as taxas de variação do DEI, em dias homólogos, para dois anos consecutivos", refere o supervisor.

Também neste caso se verifica um abrandamento acentuado face ao mesmo período de 2020. De acordo com os dados do BdP, na semana terminada a 25 de julho, registou-se uma queda homóloga de 10,1%. A média móvel centrada a 22 de julho mostra também uma contração de 5,4%.

O DEI é um indicador lançado recentemente pelo BdP para identificar "mais facilmente" alterações abruptas na atividade económica, mas não constitui uma previsão oficial da instituição. É divulgado todas as quintas-feiras, com informação até ao domingo anterior.

Notícia atualizada às 11h30 com mais informação

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