“Há discussões para a modernização da frota dos Pandur e não só”

A General Dynamics fornece ao Exército português as viaturas Pandur, cuja renovação está a ser negociada. Bernd Godovits, head of Customer Service, vê oportunidades de aumentar sinergias em Portugal.
Bernd Godovits, head of Customer Service da General Dynamics European Land Systems
Bernd Godovits, head of Customer Service da General Dynamics European Land Systems Foto: Reinaldo Rodrigues
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A indústria da Defesa europeia está a entrar na sua era dourada com os mega investimentos anunciados por Bruxelas e o aumento do orçamento de cada país para este setor? Quais os grandes desafios?

É um facto que a procura dos diferentes ministérios da Defesa ou dos exércitos e de outros domínios ligados à indústria está a aumentar. Reconhecemos isso claramente. E o nosso trabalho consiste agora em garantir que compreendemos a procura e que reagimos efetivamente a esta procura. Isto significa fornecer soluções e também prazos de entrega aceitáveis. Para o fazer, temos também de procurar outros parceiros, não apenas nas nossas empresas, mas temos de alargar este processo. Um exemplo é a discussão aqui em Portugal para modernizar a frota dos Pandur [veículos de combate do Exército], para o que, naturalmente, tentamos encontrar parceiros aqui em Portugal.

Os fabricantes estão prontos para satisfazer este aumento brusco de procura de um dia para o outro?

Acho que deve haver uma combinação de fatores entre o aumento da nossa capacidade e o aumento do leque de fornecedores com quem trabalhamos. Primeiro temos de fazer o nosso trabalho de casa, o que significa também adaptar as capacidades das nossas instalações, em combinação com o aumento dos diferentes mercados nos diferentes Estados-membros da União Europeia, por exemplo, mas a chave passa também por compreender o panorama dos fornecedores e perceber quais são os pontos fortes que podemos encontrar nos diferentes países. Como estamos a fazer aqui em Portugal: tentamos descobrir onde podem surgir sinergias para os projetos locais mas, para além disso, podemos incluir esses fornecedores na nossa cadeia de abastecimento em sistemas terrestres europeus, para lá do mercado português.

Que oportunidades encontra atualmente no mercado português?

Falámos aqui nesta conferência com muitos diferentes fabricantes, de peças, de metalomecânica, equipamento de vídeo, engenharia de software, só para citar alguns. Durante a minha intervenção, apresentámos um exemplo de empresa com quem já trabalhamos, que é a ETI. Na verdade, é uma boa referência, porque começámos o projeto aqui em Portugal e agora trabalham connosco para outros países também, construíram simuladores de treino para a Áustria, também para o Botswana e, neste momento, estamos a analisar um pedido da Letónia.

Fornecem os Pandur ao Exército português e há conversações sobre a renovação dessa frota. Em que pé está isso?

Nós fornecemos o Pandur, num total de 188 veículos, e também pontes IRB. Penso que há várias discussões em curso ou várias exigências do Exército português: a modernização do Pandur, pontes adicionais, talvez também a substituição do M113. O que posso dizer é que também aqui queremos fornecer soluções ao nosso cliente, claro.

Várias empresas de outros setores começam a olhar também para uma forma de se requalificarem e poderem ser players nesta corrida aos investimentos anunciados em Defesa. Como olham para essa nova concorrência?

Bom, eu defendo abertamente que a concorrência impulsiona a inovação. Trazer novas empresas, talvez com ideias diferentes, desafia as que já estão neste domínio a melhorarem. E a inovação tem um papel muito importante nesta indústria.

entrevista realizada à margem da Conferência Land Defence Industry Day, organizada pelo Exército português, da qual o DN foi media partner

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