DBRS com perspetiva neutra para dívidas soberanas aponta "riscos de recessão" em 2026

Segundo agência de notação financeira, “os desequilíbrios fiscais não resolvidos acabarão por prejudicar as notações de crédito” das dívidas soberanas.
DBRS com perspetiva neutra para dívidas soberanas aponta "riscos de recessão" em 2026
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A Morningstar DBRS tem uma perspetiva neutra para o ‘rating’ das dívidas soberanas, com “tendências negativas” em algumas e nenhuma com sinal positivo, alertando para “riscos elevados de recessão”, apesar de um crescimento global “razoavelmente robusto” em 2026.

“Espera-se que o crescimento económico global permaneça razoavelmente robusto em 2026, mas as políticas comerciais, as tensões geopolíticas e os desequilíbrios fiscais apontam para riscos no horizonte”, refere a agência de notação financeira num comentário hoje divulgado.

Segundo a DBRS, embora as políticas fiscal e monetária estejam “posicionadas para apoiar o crescimento” durante 2026, “os desequilíbrios fiscais não resolvidos acabarão por prejudicar as notações de crédito” das dívidas soberanas.

Apontando “riscos elevados em várias frentes”, a agência avisa que a política comercial global “provavelmente será uma fonte de surpresas contínuas”, indicando que “o protecionismo comercial proveniente dos EUA pode evoluir e, por fim, estabilizar-se em taxas tarifárias médias mais altas”.

“Embora a maioria dos países tenha até agora evitado a adoção de tarifas compensatórias, isso também pode mudar na ausência de acordos bilaterais com os países afetados”, sustenta.

Por outro lado, “os conflitos armados em curso e as tensões regionais podem agravar-se”, ao mesmo tempo que “os grandes desequilíbrios orçamentais em várias economias avançadas podem deixar menos espaço para que esses governos respondam a futuras recessões”.

“Devido a estes riscos iminentes, entramos em 2026 com uma perspetiva mais neutra”, refere a Morningstar DBRS, que na segunda-feira tinha três notações de crédito soberano com tendências negativas e nenhuma com tendências positivas, contra seis com tendências positivas e apenas uma com tendência negativa na mesma altura do ano passado.

Neste contexto, a agência considera “pouco provável” que em 2026 se repita o cenário deste ano, em que as subidas dos ‘ratings’ de crédito soberano superaram as descidas.

“No entanto – nota –, das nossas 45 notações de crédito soberano público, 42 têm tendências estáveis, o que implica que esperamos que mais de 90% das nossas notações de crédito soberano permaneçam inalteradas nos próximos 12 meses”.

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