"Futuro das telecomunicações passa por um ecossistema digital integrado"

A CEO da Altice Portugal, Ana Figueiredo, diz o DN que o investimento na transformação digital da operadora vai continuar em 2025. É chave para enfrentar circunstâncias macroeconómicas adversas, diz.
Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal.
Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal. FOTO: Filipe Amorim / Global Imagens
Publicado a

A Altice Portugal, dona da operadora de telecomunicações Meo, fechou o primeiro trimestre deste ano a somar receitas de 697 milhões de euros, um aumento de 2,4% face a igual período de 2024, anunciou ontem a empresa liderada por Ana Figueiredo. O segmento Consumo contribuiu com 374 milhões para o total das receitas, um crescimento homólogo de 8,4%. Já os Serviços Empresariais geraram 323 milhões, mais 5,3%. A Altice Labs registou uma quebra nas receitas. 

O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu os 244 milhões de euros nos primeiros três meses de 2025, o que traduz uma quebra de 5,6% face ao período homólogo do ano anterior. A quebra, que reflete o impacto do desempenho da Altice Labs, é também justificada pelos aumentos dos custos diretos e comerciais associados ao crescimento da base de clientes de energia, adiantou a empresa.

Entre janeiro e março deste ano, a Altice Portugal investiu 100 milhões de euros, mais 1,3% face ao período homólogo. “Em 2025, a nossa aposta continuará a centrar-se em áreas estratégicas como soluções empresariais de conectividade Cloud, ICT e Cybersecurity, soluções por satélite, Inteligência Artificial e no crescimento da Meo Energia, onde já temos mais de 150 mil clientes (...). Acreditamos que o futuro das telecomunicações passa por um ecossistema digital integrado”, disse a CEO da Altice Portugal ao DN.

Ana Figueiredo acrescentou que “o setor vive um momento de viragem e quem não der este passo corre o risco de ficar para trás”. 

Questionada sobre as lições do recente apagão energético, Ana Figueiredo afirmou que “este episódio reforça a importância de garantir que as redes críticas do país estão preparadas para operar mesmo em situações adversas, o que exige uma abordagem colaborativa entre operadores, reguladores e decisores políticos, assim como um investimento capaz para enfrentar crises”. 

A rede da Meo foi a que aguentou mais horas sem energia. “A Meo manteve-se operacional graças a um investimento contínuo e estruturado, ao longo dos anos, na nossa rede móvel”, defendeu a responsável.

Ana Figueiredo defende que a melhor forma de enfrentar circunstâncias adversas que possam surgir no plano macroeconómico é a transformação tecnológica. A Meo está focada em adaptar-se às novas realidades do setor, como novas tecnologias, desenvolvimentos de Inteligência Artificial (IA) e novas tendências de procura. “Esta é uma forma de nos transformarmos, por forma a garantirmos vantagens competitivas no mercado português e, com isso, resiliência para possíveis alterações do contexto macroeconómico”, salientou.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt