
A plataforma de comércio eletrónico da tecnológica chinesa Alibaba anunciou esta quarta-feira que vai disponibilizar 7 mil milhões de dólares (cerca de 6,5 mil milhões de euros) em ofertas para determinados produtos, numa tentativa de estimular o consumo interno.
O Taobao, plataforma lançada pela Alibaba em 2003 e líder do comércio eletrónico na China, indicou, num comunicado divulgado através da rede social WeChat, que os 50 mil milhões de yuan (5,92 mil milhões de euros) serão atribuídos “diretamente a consumidores e comerciantes”, ao longo de um período de 12 meses, com início desta quarta-feira, 2 de julho.
As medidas de incentivo, focadas sobretudo na funcionalidade de “compras relâmpago” da aplicação, incluirão “envelopes vermelhos” - versão digital dos tradicionais presentes monetários -, descontos em produtos, entregas gratuitas e reduções nas comissões cobradas aos vendedores.
Segundo a empresa, as ofertas visam “proporcionar aos consumidores experiências e serviços preferenciais e mais convenientes, estimulando ainda mais a vitalidade do consumo”.
A decisão surge num momento em que Pequim tenta contrariar as pressões deflacionistas que ameaçam travar o crescimento económico, num cenário já marcado por uma prolongada crise no setor imobiliário, queda nas exportações e consumo interno em desaceleração.
Desde o ano passado, as autoridades chinesas têm implementado várias medidas para impulsionar a procura interna, incluindo cortes nas taxas de juro, estímulos ao setor imobiliário e incentivos à compra de automóveis e eletrodomésticos.
Os resultados, no entanto, têm sido mistos: embora as vendas a retalho - principal indicador do consumo privado - tenham registado uma aceleração em maio, os preços de venda no setor imobiliário continuaram a cair nesse mesmo período.
Na terça-feira, o Presidente chinês, Xi Jinping, apelou a esforços para “promover a construção de um mercado nacional unificado”, durante uma reunião de alto nível sobre política económica, segundo noticiou a agência noticiosa oficial Xinhua.
Durante o encontro, os dirigentes chineses defenderam ainda uma melhor regulação da “concorrência desordenada baseada em preços baixos” entre empresas.
“Num momento em que a economia chinesa enfrenta pressões deflacionistas e um mercado de trabalho frágil, o Governo procura responder a esses desafios pelo lado da oferta”, comentou o presidente da Pinpoint Asset Management, Zhiwei Zhang, após a reunião. “A prioridade parece ser evitar a concorrência excessiva”, acrescentou.