A inflação homóloga da zona euro estabilizou em julho em 2,0%, divulgou esta quarta-feira, 20 de agosto, o Eurostat, mantendo-se pelo segundo mês consecutivo em linha com a meta de estabilidade de preços a médio prazo apontada pelo Banco Central Europeu (BCE).A inflação subjacente, que exclui o efeito dos preços mais voláteis, como energia e alimentos frescos, também se manteve estável, em 2,3%, o mesmo nível de maio e junho, de acordo com o índice harmonizado de preços ao consumidor hoje publicado pelo serviço de estatística da União Europeia (UE).O aumento dos preços em julho foi motivado, sobretudo, pelo encarecimento dos serviços, que contribuíram com 1,46 pontos percentuais para a taxa, apesar de terem moderado a sua inflação em uma décima, para 3,2%.Seguiram-se os alimentos, o álcool e o tabaco (contribuição de 0,63 pontos percentuais), cujos preços subiram 3,3%, duas décimas mais do que no mês anterior, e os bens industriais não energéticos (0,18 pontos percentuais), cuja inflação aumentou três décimas, para 0,8%.Em contrapartida, a energia fez baixar a taxa de inflação da zona euro (-0,23 pontos), já que o seu preço diminuiu 2,4% em termos homólogos, menos duas décimas do que em junho.No conjunto da União Europeia, a inflação subiu uma décima em julho em relação a junho, para 2,3%, meio ponto abaixo dos 2,8% registados em julho de 2024.Por países, as taxas de inflação mais baixas em julho foram registadas em Chipre (0,1%), França (0,9%) e Irlanda (1,6%), tendo ficado também abaixo da média europeia a Itália (1,7%), a Alemanha (1,8%) e a Finlândia (1,9%).Pelo contrário, os países onde os preços mais subiram foram a Roménia (6,6%), a Estónia (5,6%) e a Eslováquia (4,6%), seguidos pela Croácia (4,5%), Hungria (4,2%), Letónia (3,9%), Grécia e Áustria (ambos com 3,7%), Bulgária e Lituânia (ambos com 3,4%) e Suécia (3,1%).Também com uma inflação acima de 2% surgem a Polónia e a Eslovénia (ambas com 2,9%), Espanha (2,7%), Bélgica e Luxemburgo (2,6%), República Checa, Malta, Países Baixos e Portugal (todos com 2,5%) e Dinamarca (2,2%).Com a inflação estabilizada em 2%, o BCE decidiu, na sua reunião de julho, travar os cortes das taxas de juro na zona euro, após oito descidas no último ano, que levaram a taxa de referência para 2%.No entanto, os analistas antecipam que, na sua reunião de setembro, o Conselho do BCE poderá retomar o caminho da redução das taxas, uma decisão em que será fundamental a evolução da situação tarifária com os Estados Unidos e que terá também em conta fatores como a taxa de câmbio do euro, que se valorizou nos últimos meses.A média dos analistas consultados pelo BCE prevê que a inflação se situará no terceiro trimestre do ano em 2% e no quarto em 1,9%, até descer entre janeiro e março de 2026 para 1,7%..BCE mantém taxas de juro porque preços e salários "continuam a abrandar"