França não vai precisar da intervenção do FMI, mas o risco de uma crise política naquele país deve ser fator de preocupação. A garantia foi deixada por Christine Lagarde, no mesmo dia em que criticou a abordagem de Donald Trump sobre uma das responsáveis da Reserva Federal.De acordo com a presidente do Banco Central Europeu (BCE), a redução da dívida francesa é urgente, de forma a que aquela economia "regresse aos limites do que está estabelecido", afirmou, citada pelo jornal Politico.Em causa está o limite do défice em percentagem sobre o PIB. A União Europeia determina que este não deve ultrapassar 3% mas, no caso francês, o limite está definido em 5%, desde o período pandémico. Por esta altura, o primeiro-ministro francês quer fazer passar um orçamento que resultaria num défice na ordem de 4,6% do PIB.Ao mesmo tempo, o contexto político francês está marcado por uma crise política que, tudo indica, deverá levar à queda do próprio chefe de governo, François Bayrou.No próximo dia 8 de setembro, segunda-feira, vai ter lugar um voto de confiança no parlamento francês, cujo desfecho mais provável passa pelo colapso da coligação minoritária de governo, apoiada pelo presidente Emmanuel Macron.Também nesta segunda-feira, Lagarde apontou baterias a Donald Trump. Em causa está a pressão para que uma das governadoras da Fed, Lisa Cook apresente a demissão.O presidente dos EUA tentou despedir Cook, que acusa de ter prestado dados falsos para obter uma taxa mais favorável sobre uma hipoteca imobiliária.De acordo com a líder do BCE, a postura de Trump constitui "um perigo muito sério" para a economia mundial. Recorde-se que o chefe de Estado já no passado pressionou Jerome Powell, presidente da Fed, para baixar as taxas de juro de referência daquele banco central.