O ministro de Estado e das Finanças assinalou esta sexta-feira, 31, o Dia da Poupança dando uma aula a alunos de uma escola secundária de Lisboa, explicando as melhores formas de investir o dinheiro evitando erros e fraudes. "Cuidado com o que encontram na internet, sobretudo se virem a minha cara em alguns anúncios é mentira. Já pedi à Polícia Judiciária e ao SIS (Serviço de Informações de Segurança) que tentassem travar isso mas é quase impossível", alertou referindo-se às fraudes na internet.Joaquim Miranda Sarmento, falou hoje perante 150 alunos do 11.º ano da Escola Secundária José Gomes Ferreira, em Lisboa. O ministro das Finanças, 47 anos, frequentou a mesma escola durante o ensino secundário e dirigindo-se aos alunos afirmou que todos os investimentos pagam impostos."Só há duas coisas certas na vida: a morte e pagamento de impostos. Portanto, todos os investimentos que vocês fizerem pagam impostos", disse.No início da aula, o ministro das Finanças explicou os conceitos básicos sobre os investimentos face aos valores da inflação, o valor temporal do dinheiro, o custo de oportunidade e a relação entre o risco e o retorno.Da mesma forma explicou o funcionamento do sistema bancário para dizer que a "melhor coisa" que os jovens podem fazer para poupar é colocar parte do dinheiro amealhado em depósitos a prazo e o resto em fundos, ações e obrigações. "Pensem em poupar numa lógica de médio e de longo prazo, pensem no que gostariam de fazer daqui a dois anos, ou a partir dos 18 anos de idade. Podem conduzir, viajar mais e pensem no dinheiro que precisam. Pensem no dinheiro que conseguem poupar todos os meses e, sobretudo, nos momentos em que recebem mais: nos aniversários e no Natal", disse o ministro.Por outro lado, avisou que é preciso assumir sacrifícios porque não se pode comprar tudo e aconselhou que é mais fácil "negociar" com os pais quando se tem poupado algum dinheiro.Da mesma forma aconselhou os alunos a pensarem nos produtos bancários "diversificados" que têm disponíveis."A melhor opção que têm é abrir uma conta no banco e colocarem uma parte em fundos que possam ter mais retorno (depósitos e fundos). Cuidado com o risco. Assumam o risco, mas não assumam demasiado. Cuidado com as fraudes na internet e estudem bastante".No final da aula, um aluno perguntou ao ministro se "vale a pena" investir em criptomoedas, mas foi desaconselhado pelo ministro das Finanças."Se estivesse aqui o meu secretário de Estado do Orçamento ele diria entusiasticamente que sim (...) porque ele é um investidor acérrimo em criptomoedas. A minha sugestão é que não mais do que 1% ou 2% do dinheiro que tu tenhas", disse o ministro das Finanças dirigindo-se ao aluno do 11º ano.Para Joaquim Miranda Sarmento quem investiu nas criptomoedas nos últimos anos ganhou dinheiro, mas considerou que "se trata de uma bolha", porque os ativos tendem a valorizar-se sem uma razão económica subjacente. Paralelamente, o ministro das Finanças frisou que o estudo é muito importante para o futuro dos jovens, de qualquer escola, e criticou as listas de classificação das escolas."Fala-se muito nos 'rankings' das escolas. São completamente irrelevantes porque a jornada é feita por cada um de vocês. Eu estudei nesta escola e sou professor na faculdade e sou ministro de Estado e das Finanças", afirmou.O ministro disse que os jovens hoje têm acesso a toda a informação que existe e que, atualmente, os estudantes "têm um campo de oportunidades" maior do que no passado, como estudar no estrangeiro.Hoje, para assinalar o Dia da Poupança, decorreram em escolas de todo o país iniciativas sobre literacia financeira com a participação de membros do Governo, académicos e de dirigentes de instituições.Além do ministro das Finanças, também o Governador do Banco de Portugal esteve presente numa escola secundária de Coimbra. .CMVM alerta para fraudes com imagem de personalidades públicas e entidades supervisionadas