Mobiliário da Antarte a caminho da Expo de Osaka

Foi da fábrica de Rebordosa, Paredes, que saíram as mesas, bancos e sofás que vão decorar o Pavilhão de Portugal na Exposição Mundial de 2025.
Mário Rocha, CEO da Antarte, com a mesa que terá o livro de honra do Pavilhão de Portugal
Direitos Reservados
Publicado a

Foi após a instalação de arte de Siza Vieira by Antarte para o Pavilhão do Vaticano, na Bienal de Veneza de 2023, que surgiu a ambição de repetir a experiência em Osaka, no Japão, onde, a partir de 13 de abril, decorre a Expo 2025. Uma ambição bem sucedida, que se traduziu na materialização de mais de 40 peças de mobiliário desenhadas pelo arquiteto Kengo Kuma para o Pavilhão de Portugal, e que estão já a caminho do Japão, numa travessia marítima que leva dois meses. Mário Rocha, CEO da Antarte, assume que foi com “grande orgulho” que a equipa recebeu a empreitada.

“A oportunidade de colaborar com Kengo Kuma, um dos maiores vultos da arquitetura mundial e que é também uma referência no uso de materiais sustentáveis e respeito pelo saber e cultura locais em cada obra que assina, reafirma a Antarte como a marca nacional com credenciais para representar o saber ancestral e prestígio da marcenaria portuguesa”, sublinha o empresário.

Em causa estão mais de 40 artigos, desde bancos, mesas para o restaurante e cafetaria do pavilhão, bem como sofás e uma peça muito especial: a mesa para colocar o livro de honra do Pavilhão de Portugal, composta por 177 peças de madeira de freixo nacional, de diferentes diâmetros e comprimentos. Cada uma delas foi torneada manualmente, com o trabalho final a acumular mais de 200 horas de dedicação artesanal. Uma obra de arte que pesa cerca de 100 quilos.

Fundada em 1998, em Rebordosa, Paredes, a Antarte nasceu como empresa dedicada às antiguidades e à arte, designadamente restaurando peças antigas. Hoje assume-se como “uma referência em mobiliário e decoração”, dispondo de 13 lojas em Portugal continental, uma rede que pretende alargar a todas as capitais de distrito. No imediato, a prioridade é abrir em Évora e, eventualmente, em Ponta Delgada. “É um objetivo nosso marcar presença nas ilhas”, admite Mário Rocha.

A nível externo, conta com espaços comerciais na África do Sul, Angola, Gana e Dubai. Em Abu Dhabi abriu já um escritório e espera, até ao final do primeiro trimestre, abrir um showroom na capital dos Emirados Árabes Unidos. A falta de mão-de-obra especializada tem condicionado a expansão internacional. “temos espaço, temos equipamentos, mas precisamos de mais trabalhadores qualificados”, refere o empresário, que concluiu, em 2024, um investimento de seis milhões de euros para aumentar o pólo industrial de Rebordosa dos 11 para os 19 mil metros quadrados.

A empresa, que fechou 2024 com vendas totais na ordem dos 11,8 milhões de euros (mais 2,6% do que no ano anterior), conta com 180 trabalhadores. Mário Rocha não sabe bem dizer de quantos precisa -mais 30 ou 40, depende das qualificações que tivessem, diz -, mas assume que a empresa necessita de aumentar a sua produção na ordem dos 20 a 30%.O que está a impedir um crescimento mais robusto nos mercados externos, que valem 25% da faturação. Além do Médio Oriente, a Antarte tem focado muito a sua atenção na América Latina e, em especial, na Colômbia.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt