A Associação Lisbonense de Proprietários (ALP) quer a extinção imediata do Adicional ao IMI, o fim do congelamento das rendas, apoios diretos aos inquilinos carenciados e isenção de IRS no arrendamento a estudantes incluídos no OE2026.Num documento enviado na segunda-feira ao Governo e aos deputados da Assembleia da República, a ALP apresenta um pacote de 10 medidas para integrar no Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) cujo objetivo é “travar a crise habitacional e devolver confiança aos proprietários de imóveis, depois de anos de políticas erráticas que afastaram investimento e criaram um ‘pandemónio’ na habitação e arrendamento”.“O Estado não tem tempo nem recursos para resolver sozinho a crise da habitação. É urgente mobilizar os proprietários privados, e devolver previsibilidade e justiça fiscal. Sem confiança, não há casas”, defende o presidente da ALP, Luís Menezes Leitão, citado num comunicado.Entre as medidas propostas pela ALP, destaque para a extinção imediata do Adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis (AIMI), que a associação diz ser “um imposto ideológico” que apenas incide sobre a habitação.Segundo salienta, o AIMI “rende cerca 150 milhões de euros/ano”, o equivalente a “menos de 0,1% do OE”, mas o facto é que “destrói a confiança dos investidores”.Também reclamado pela associação de proprietários é o fim do congelamento das rendas, congelamento este que, enfatiza, “ainda atinge 16% do arrendamento nacional e lesa proprietários em mais de 600 milhões de euros/ano”.Apoios diretos aos inquilinos carenciados - mas “não via senhorios”, de forma a “simplificar e garantir eficácia social” - é outra das propostas da ALP, assim como a isenção de IRS no arrendamento a estudantes, uma medida apresentada como “resposta urgente ao défice de 50.000 camas no ensino superior”.Ainda defendida pela associação é a necessidade de “mais justiça fiscal”, nomeadamente através do alargamento do mínimo de existência e benefícios a senhorios com baixos rendimentos e incapacidade atestada, da possibilidade de dedução de despesas essenciais no IRS e da isenção de Imposto de Selo dos novos contratos de arrendamento e da primeira habitação.Para a ALP, “a crise da habitação não se resolve com mais subsídios e medidas de emergência”, impondo-se antes “confiança, estabilidade e justiça”.“Congelar rendas é perpetuar injustiças. Taxar cegamente quem investe é matar a oferta. Se queremos mais casas para as famílias, temos de dar um sinal claro de confiança. O Orçamento de 2026 é a oportunidade para mudar de rumo”, resume Luís Menezes Leitão.Sublinhando que as suas propostas “são equilibradas e não representam custos significativos para o Estado – em muitos casos, até geram receita ao incentivar o investimento e trazer mais imóveis ao mercado”, concretiza – a ALP sustenta que “o Estado tem de deixar de ser inimigo da habitação e passar a ser parceiro dos proprietários e das famílias”.“O ano de 2026 tem de marcar a viragem desta situação dramática para todos: é preciso um verdadeiro choque de confiança na habitação”, conclui o presidente da associação.